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Projetos europeus registram a MPB durante o Mundial

Documentário 'Obá Obá Obá' faz homenagem a Jorge Ben Jor; CD britânico reúne clássicos regravados no Rio

Filme francês percorre cidades do país ao longo da Copa em busca de interpretações de músicos brasileiros

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

Com a Copa, nem só o futebol fica na mira do público estrangeiro. Focados no período festivo, dois projetos inéditos de produtores europeus dedicam-se a registrar a música popular brasileira.

Curiosamente, ambos foram batizados com expressões de três palavras repetidas. O documentário francês "Obá Obá Obá" --em referência ao verso de "Mas que Nada"-- mostrará músicos jovens cantando Jorge Ben Jor.

Já o CD "Sonzeira - Brasil Bam Bam Bam", produzido pelo DJ Gilles Peterson, apresentador da rádio BBC 6, reuniu Elza Soares, Seu Jorge e Arlindo Cruz, entre outros artistas, em um estúdio no Rio para homenagear a MPB.

"Obá Obá Obá", o filme, está sendo rodado durante o Mundial. A direção é do francês Benjamin Rassat.

"Não é um documentário diretamente sobre a Copa, é sobre a energia que a cerca e o que isso diz sobre o Brasil", explica o também diretor francês Vincent Moon, encarregado das imagens.

Moon é conhecido pela série de vídeos "Take Away Shows", que registrou bandas como Arcade Fire e R.E.M.

O projeto de "Obá Obá Obá", idealizado por Rassat, começou há seis anos, no momento da aprovação do Brasil como sede do evento.

"A Copa é um momento em que o Brasil está numa vitrine. E Jorge [Ben Jor] é perfeito para falar da relação do país com o futebol", diz à Folha Rassat, em português. A entrevista está marcada para os dias finais do Mundial.

"Com esse pretexto, queremos mostrar artistas pouco conhecidos, regionais. Vamos gravar com Marisa Monte e Fernanda Abreu, mas nosso foco é a nova cena."

ARRANJO ÁRABE

Entre os grupos já registrados, estão A Banda Mais Bonita da Cidade, de Curitiba, e Apanhador Só, de Porto Alegre. Em São Paulo, a sambista Fabiana Cozza foi filmada interpretando "Rosa, Menina Rosa" com um arranjo árabe.

"A ideia é brincar, inventar. Apesar de falar do Rio em muitas músicas, as influências do Jorge são muitas. São músicas que se encaixam em todos os lugares", diz Rassat. As gravações já passaram por Manaus, Ouro Preto e Uberlândia, entre outras cidades.

A ideia é que a produção seja uma sequência do documentário "Saravah", realizado pelo cantor francês Pierre Barouh em 1969. O filme foi um dos primeiros a registrar a MPB da época, com Baden Powell, Pixinguinha e Maria Bethânia. O novo filme deve estar pronto até o fim do ano.

Gravado no verão, no Rio, o disco "Sonzeira", no entanto, já está à venda. O projeto é o sétimo de Gilles Peterson dedicado ao Brasil, mas é o primeiro que ganha lançamento nacional.

Francês radicado em Londres, Peterson é pesquisador de world music e apresenta um programa de rádio semanal sobre o tema.

"O álbum é um mostruário da diversidade e da beleza da música brasileira para qualquer plateia", diz o DJ, que trabalhou em parceria com o produtor carioca Kassin e com o inglês Sam Shepherd.

Além de registrar clássicos como "Aquarela do Brasil" (na voz de Elza Soares) e "Brasil Pandeiro" (Emanuelle Araújo), o disco traz ainda um discurso de Marcos Valle elogiando os protestos de junho de 2013.

"Pedi a ele esse depoimento emocional, para que o disco reflita também o Brasil de hoje", diz Peterson.


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