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Crítica - Drama

Filme sobre solidão começa bem, mas perde força ao abordar conflito familiar

DO CRÍTICO DA FOLHA

A morte da mulher, depois de uma longa doença, joga o octogenário professor de filosofia Matthew Morgan (Michael Caine) em uma depressão. Apesar de viver em Paris, ele não fala francês, o que aumenta seu isolamento.

A situação muda quando ele conhece Pauline (Clémence Poésy), uma jovem e desenvolta professora de dança de salão. A amizade faz com que Morgan retome o gosto pela vida, enquanto Pauline o vê como um substituto do pai, morto há anos.

Os passeios dessa dupla improvável por uma Paris outonal têm clichês de melancolia e elegância, mas ajudam a criar vínculos entre ambos.

Mas tudo se transforma na segunda metade do filme, quando os filhos de Morgan --Miles (Justin Kirk) e Karen (Gillian Anderson)-- chegam dos EUA para visitar o pai.

A partir daí, a trama inicial perde intensidade em benefício de um segundo enredo: a tempestuosa relação entre pai e filho, cheia de incomunicabilidade e ressentimento. A leveza da primeira parte se esvai e tudo se torna carregado e sem ritmo.

A alemã Sandra Nettelbeck encena essa história de modo convencional, com destaque apenas para a bela fotografia que explora os contrastes de luz e sombra, exterior e interior.

Mas o que realmente incomoda é o desperdício da oportunidade de fazer uma reflexão sobre a solidão e a força da amizade. Como Nettelbeck prefere fisgar o espectador apenas pela emoção, tudo fica em um nível mais superficial.


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