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Toquinho deve usar um holograma de si mesmo em shows

Em turnê que celebra 50 anos de carreira, músico poderá interagir com uma projeção de sua imagem quando jovem

Projeto é idealizado por empresa que 'recriou' Cazuza em 2013 e pode captar até R$ 5,3 milhões via Lei Rouanet

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

Para comemorar seus 50 anos de carreira, Toquinho planeja uma turnê para encontrar-se consigo mesmo. Literalmente.

O cantor e compositor paulistano de 68 anos pretende interagir no palco com um holograma de si próprio quatro décadas mais jovem. Se concretizado o plano, será o primeiro espetáculo no mundo a utilizar uma holografia de um artista vivo.

A técnica, que pode reproduzir uma figura 4D em movimento, já foi usada, por exemplo, para simular um número de Michael Jackson (1958-2009) na festa do Billboard Music Awards, em maio, nos Estados Unidos.

No Brasil, o primeiro holograma a subir ao palco foi o de Renato Russo (1960-1996), em junho do ano passado, durante um tributo em Brasília. Em dezembro e janeiro, foi a vez de Cazuza (1958-1990) ser "ressuscitado" durante cerca de 20 minutos, em shows em São Paulo e no Rio.

O projeto envolvendo Toquinho, previsto para este ano, foi proposto pela Se7e Ar7es Produções, mesma empresa que idealizou a homenagem a Cazuza. Toquinho topou, mas admite que é dúvida se ele se sentirá à vontade com a própria projeção.

"É como estar contracenando com uma pessoa morta, mas sou eu mesmo, que não existo mais jovem daquele jeito. É uma sensação estranha. Pode ficar muito emocionante, mas pode ser tétrico. Não sei. Carinhoso, pelo menos, acho que vai ficar", ri.

Para que a animação seja criada, os movimentos de Toquinho serão captados com sensores e câmeras especiais.

O rosto e o corpo mais jovens serão refeitos, com base em imagens de arquivo, por uma empresa italiana, com técnica semelhante à usada no filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" (2008).

Omar Marzagão, idealizador do projeto e dono da Se7e Ar7es, diz que a projeção será mais nítida e próxima ao público que a de Cazuza --o holograma dele "cantava" atrás de uma banda, bem no fundo do palco.

"Vamos usar projetores mais poderosos, para dar mais detalhamento", conta ele, que é brasileiro, mas foi criado no México e por lá produziu a novela "Maria do Bairro", no canal Televisa.

Para a turnê, foi autorizada pelo Ministério da Cultura a captação de até R$ 5,3 milhões em patrocínio com isenção fiscal pela Lei Rouanet. São planejados, ao todo, 12 shows passando por São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife.

Apesar de ser o principal diferencial do espetáculo, o holograma deve durar só dez minutos. No restante do tempo, Toquinho receberá no palco uma série parceiros, esses sim de carne e osso.

"A tecnologia não pode ser mais importante que a arte viva. É só a cereja do bolo", justifica Marzagão. Chico Buarque, Jorge Ben Jor, Gal Costa, Ivan Lins e João Bosco estão no "dream team" que a turnê pretende reunir.

Também em comemoração ao meio século de carreira, Toquinho deve gravar um DVD e ser tema de um musical, pela companhia Teatro Condensado, de São Paulo.

Está previsto ainda o lançamento de uma biografia autorizada, escrita por seu irmão, João Carlos Pecci.


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