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Crítica - Drama

Diretor de 'Sem Evidências' desperdiça boa história real

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Há algo de errado com um filme dramático em que você passa metade da projeção pensando se o ator britânico Colin Firth está ou não fazendo uma boa imitação de sotaque caipira americano.

Esse filme é "Sem Evidências", dirigido pelo canadense Atom Egoyan e baseado em história real ocorrida em uma pequena cidade do Arkansas, sul dos Estados Unidos.

Em 1993, três adolescentes foram acusados pelo assassinato brutal de três crianças. Contra os réus, pesava o fato de terem participado de rituais de magia e de gostarem de heavy metal. Eles ficaram conhecidos como os Três de West Memphis.

Temendo que eles fossem condenados à pena de morte, um investigador (Colin Firth e seu estranho sotaque) decide ajudar a defesa e começa a encontrar furos na acusação --que a polícia e a Justiça parecem determinadas a ignorar.

A mãe de uma das crianças assassinadas (Reese Whiterspoon) é uma das únicas que têm suas convicções abaladas pelas descobertas do investigador e passa a desconfiar do envolvimento de outras pessoas, muito próximas a ela, no crime.

A base real para o filme é promissora, porque se trata de uma história em que a sede de justiçamento obscurece o desejo de fazer justiça, e porque é um caso inconcluso, sem culpados claros (e a ambiguidade costuma favorecer o cinema).

A narrativa permite ao diretor passear por vários gêneros: do suspense ao drama, do policial ao filme de tribunal.

Mas Egoyan (que fez o belo "O Doce Amanhã" em 1997) desperdiça a riqueza do material com uma direção apenas funcional, sem imaginação --o que é menos do que séries como "CSI" oferecem cotidianamente.

Quanto ao sotaque de Colin Firth: ele é passável. Mais difícil é tentar entender o que aconteceu com a carreira de Atom Egoyan.


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