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Espetáculos teatrais levam ao palco histórias do centro de SP
Montagens apresentam personagens solitários e marginalizados
Maristela fuma, mesmo sabendo que irá morrer de câncer de laringe. Como o cigarro, autodestruição e solidão também se tornaram hábito da personagem de "Pessoas Perfeitas", da Cia. Os Satyros, que leva ao palco histórias de moradores do centro de SP.
É o caso também de "Condomínio Nova Era", inspirado em moradores de uma pensão próxima ao Minhocão na qual o autor da peça, Victor Nóvoa, viveu em 2009.
Os personagens de ambas as peças são seres solitários, marginalizados, obrigados a abandonar sonhos para sobreviverem na metrópole.
O diretor Rogério Tarifa define sua montagem de "Condomínio" como "uma bomba explosiva de dor, suor, sonhos e impossibilidades" e busca instigar a plateia a refletir sobre a cidade.
"Condomínio" tem o realismo como norte. O espectador passeia pelos quartos da pensão compartilhando como um voyeur a intimidade de seus moradores.
O espetáculo dos Satyros, que está sendo adaptado para o cinema, por sua vez, dá tratamento poético às histórias coletadas na praça Roosevelt e em associações de dependentes de álcool, de narcóticos e de "mulheres que amam demais", entre outras.
