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Crítica - Drama

Filme sobre Paulo Coelho expõe conflito com pai

Cinebiografia do autor de 'O Alquimista' passa por experiência com drogas e magia, mas tenta não chocar espectador

ELEONORA DE LUCENA DE SÃO PAULO

Ele queria ser escritor e era podado pelo pai. Tentou se matar na adolescência.

Internado em hospital psiquiátrico, levou choques. Foi ator, escreveu peças de teatro, desbundou.

Enveredou pelas drogas e pela magia, misturando catolicismo com misticismo.

Conheceu Raul Seixas e entrou no mundo da música.

Preso na ditadura, disse que queria mesmo era lutar contra o tédio. Peregrinou, escreveu livros campeões planetários de vendas e criou um estilo na corrente da autoajuda.

A história de Paulo Coelho é conhecida. Agora, ela chega às telas na versão do diretor Daniel Augusto.

A partir de depoimentos do célebre escritor, Carolina Kotscho fez o roteiro. O resultado não é um documentário.

"Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho" é uma dramatização de recortes da trajetória dele.

O filme se desenvolve com muitas idas e vindas de três momentos da vida de Coelho: a adolescência conflituosa, a fase adulta antes da fama e a atualidade --talvez enxertada de forma um tanto artificial na trama.

Irreverências, frustrações e superações são picotadas com crendices e buscas interiores infindáveis.

O drama coloca em relevo o conflito entre o escritor e o pai --um empresário em ascensão que queria o filho dentro do figurino da época.

A experiência com drogas e a magia mais pesada aparecem, mas de forma a não chocar. Pitadas do que parece ser merchandising irritam.

Apesar de um tanto quadrada, a fita tem méritos: mostra agilidade e sua dinâmica prende a atenção.

Tenta escapar da vocação chapa-branca quando trata de um ritual estranho ou ao mostrar a arrogância do escritor que abandona seu motorista na estrada.

No conjunto, prevalece uma certa atmosfera promocional, como se o filme ecoasse uma operação de autoajuda bem empacotada.

Nessa linha, a saída para as mazelas da vida está no indivíduo: basta querer, ser confiante, não desistir.

O que faltar, os deuses ou os magos podem dar uma forcinha. É a receita para o sucesso nos dias que correm. A obra surfa nessa onda.


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