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Premiado trompetista francês faz 1ª show no país

Stéphane Belmondo toca hoje em São Paulo

ADRIANA FERREIRA SILVA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Aos 47 anos, e mais de duas décadas de carreira, o trompetista francês Stéphane Belmondo coleciona proezas. Premiado mais de uma vez como melhor instrumentista na França, ele é um virtuose que começou a tocar aos três anos.

Em 1987, recebeu elogios de Chet Baker (1929-1988), com quem dividiu o palco num show em Paris. Desde então, esteve ao lado de outros grandes intérpretes, entre eles os pianistas Michel Legrand e Gil Evans e a cantora Dee Dee Bridgewater, numa longa lista de colaborações, somando dezenas de discos.

No Brasil, contudo, sabe-se pouco sobre sua eletrizante performance, que poderá vista pela primeira vez nesta sexta (15), no Sesc Pompeia, dentro do evento Jazz na Fábrica. Se o convite tardou a ocorrer, o mesmo não se pode dizer de sua relação com a música brasileira.

Em 2008, ele e seu irmão e parceiro, o saxofonista Lionel Belmondo, gravaram o álbum "Milton Nascimento e Belmondo" (Biscoito Fino), no qual o cantor revisita "Milagre dos Peixes", "Travessia", "Nada Será como Antes" e outras.

Durante dois anos, eles escoltaram o mineiro em festivais europeus. "Foi uma época mágica. Milton é um gênio: conversávamos sobre o jazz, a música tradicional francesa e a vida. Ele me contou muitas histórias sobre Elis Regina, que, para mim, é um anjo. Eu a ouço todos os dias", disse Belmondo à Folha.

Nascido em Hyères, no sudoeste da França, é de uma família de artistas italianos. Seu pai, o saxofonista Yvan Belmondo, foi quem o introduziu ao acordeom. Antes de se decidir pelo trompete, se dedicou ainda à flauta, ao flugelhorn e à percussão.

"Claro que esse ambiente foi importante para a minha formação, mas também árduo, porque meu pai é muito exigente", diz ele.

Além da MPB, que Belmondo se lembra de ouvir pela primeira vez aos oito anos, sua formação incluiu o jazz, a música erudita e a africana. Precoce, ele não teve pressa, no entanto, em lançar seu primeiro trabalho liderando uma banda, "Wonderland" (2004), no qual faz versões acústicas para composições de Stevie Wonder.

No ano seguinte, Belmondo e seu irmão gravaram em parceria com o o saxofonista norte-americano Yusef Lateef (1920-2013). "Foi um dos projetos mais ambiciosos que fiz, não só porque a obra de Lateef é única, mas também porque incluímos uma grande orquestra", diz Belmondo.

De lá para cá, ele se reveza em empreitadas solo, como o CD "The Same as It Never Was Before" (2011), e homenagens.

A mais recente, e que o empolga no momento, é o registro "Ever After" (2013), dedicado ao cantor de soul Donny Hathaway (1945-1979). "Suas canções sempre me emocionaram. Ele partiu muito jovem", diz Belmondo numa das muitas vezes em que desanda a falar sobre seus ídolos. "Vida é som. Para mim não há maneira de existir sem a música."


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