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Crítica - Drama

'De Menor' rejeita fórmula fácil e dá fôlego ao cinema nacional

'DE MENOR' PREFERE O ATRITO ENTRE OS PERSONAGENS CENTRAIS, MAS TAMBÉM DELES COM AS FORÇAS DA LEI E DA GRANA, QUE OS ARRANCAM DO NINHO

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Um ano depois de dividir o prêmio principal do Festival do Rio, "De Menor" chega ao circuito como mais um passo adiante no processo de oxigenação do cinema brasileiro.

Como "O Lobo Atrás da Porta", com o qual compartilhou a vitória, o longa de estreia de Caru Alves de Souza equilibra-se entre o drama individual e a tragédia social. Além disso, ambos metem o dedo nas nossas feridas sem assumir posturas de donos da verdade.

Seus protagonistas, Helena e Caio, vivem uma intimidade que sofre uma ruptura e expõe uma fratura. Antes disso, o filme convoca o espectador a construir sentidos em vez de nos impor um único por meio do ultradidatismo que ignora o valor da surpresa e da descoberta.

Em vez de seguir uma trama, "De Menor" prioriza os nós na forma de dúvidas, mas também de abraços, afagos e frases ditas em meio tom.

Mais velha, a personagem feminina, uma advogada, expressa atitudes maternais também em relação a seus clientes, jovens expostos ao risco e à marginalização. O jovem, por sua vez, é rude e fora do controle, a ponto de romper o limite da legalidade.

No lugar de conflito de manual de roteiro, "De Menor" prefere o atrito entre os personagens centrais, mas também deles com as forças da lei e da grana, que os arrancam do ninho, deixando-os desprotegidos.

Como no desesperado longa de Fernando Coimbra, o lar não significa mais um porto seguro e a ideia de ordem ligada à família foi por água abaixo.

Ambos são demonstrações de que o novo cinema brasileiro não se resume a promover o riso fácil nem às ousadias experimentais ignoradas pelo público. Ele também busca com ficções maduras avançar em direção à maioridade.


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