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Jessica Lange mostra lado fotógrafa em SP

Museu da Imagem e do Som recebe exposição com faceta pouco conhecida da atriz que venceu o Oscar duas vezes

Em fevereiro de 2015, americana exibirá no país fotos captadas no México e de sua intimidade familiar

DAIGO OLIVA EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Nem mesmo quem vai trazer a exposição de fotos de Jessica Lange para o Brasil acreditou que se tratava da atriz norte-americana vencedora de dois Oscar. Acharam que era uma homônima.

A dúvida surgiu quando a direção do MIS (Museu da Imagem e do Som) de SP buscava novas mostras de fotografia para 2015 e se deparou com o nome da atriz em um catálogo de exposições.

Faceta obscura de Jessica Lange, 65, sua atuação como fotógrafa é pouco conhecida.

Assim como Dennis Hopper (1936-2010), que dividiu a carreira de ator e diretor com a obsessão por retratos e paisagens, a atriz de "Tootsie", "Céu Azul" e da versão de "King Kong" de 1976 --quando estreou e se tornou símbolo sexual-- tem um forte relacionamento com a fotografia.

Ela vai mostrar no MIS, em fevereiro, imagens da exposição "Unseen" (não visto), com fotos de seu cotidiano com a família e de viagens para México, Finlândia, Etiópia e Rússia, além de registros de Minnesota, Estado onde nasceu.

Lange foi casada com o fotógrafo espanhol Francisco "Paco" Grande durante a década de 1970, mas só começou a fotografar muito tempo depois. Após 15 anos produzindo suas imagens, ela lançou seu primeiro livro, "50 Photographs" (powerHouse Books), em 2008, base da mostra que virá ao país.

Nas fotografias em preto e branco, a atriz privilegia composições geométricas e cenas espontâneas, muito diferentes das filmagens cheias de preparação em Hollywood.

Embora tenha trabalhado com diretores como Sydney Pollack e Tim Burton, a atriz diz não ter nenhum cineasta como influência. Por outro lado, não hesita em listar o interesse pelo trabalho de fotógrafos clássicos: Henri Cartier-Bresson (1908-2004) e Walker Evans (1903-1975).

MOSCA

Em entrevista por e-mail à Folha, Lange compara a maneira como realiza suas imagens à discrição de uma "espiã". "Quando fotografo, sou observadora do mundo, livre de toda a identidade que poderia interferir", explica.

"Eu tento passar despercebida, por isso não uso flash. Para ficar na penumbra e captar a luz natural sem chamar a atenção." A definição ganha força nas palavras da cantora e poeta Patti Smith, que assina a introdução do livro da atriz. Para ela, Lange se move como uma mosca para captar as imagens.

Segundo a curadora da exposição, a francesa Anne Morin, 41, há uma divisão bem clara no trabalho de Lange.

O México --país que a atriz visita há mais de 20 anos-- representa um momento destoante, com texturas e aproximações muito particulares. "Lá, ela não toma distância do assunto, está nas festas, nas casas, nas rodas de dança. Jessica quase dança com eles."

A importância da fase mexicana é tão grande que, segundo Morin, das 135 imagens da exposição, cem são do país latino. Lange virá ao Brasil para a abertura, onde espera encontrar os mesmos elementos que a seduzem no México. Questionado sobre o que mais a atriz poderia fazer no país, o diretor do MIS, Andre Sturm, respondeu na lata: "Além de casar comigo?".


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