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Peça 'Incêndios' narra tragédia familiar

Texto protagonizado por Marieta Severo ganhou uma adaptação para o cinema e foi indicado ao Oscar em 2011

Espetáculo dedicado a Zuzu Angel estreia em São Paulo na sexta (19) após uma temporada de nove meses no Rio

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Ao ver os créditos no final de "Incêndios", indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011, o ator Felipe de Carolis notou que tratava-se da adaptação de uma peça. Comprou os direitos e bateu à porta de Marieta Severo para protagonizá-la.

A atriz logo embarcou no projeto, que, após uma temporada de nove meses no Rio, estreia em São Paulo nesta sexta (19). "Tinha visto o filme e ficado impactada com a história. Mas fiquei impressionada com a qualidade teatral do texto", conta Marieta.

Na história, escrita pelo libanês Wajdi Mouawad, Nawal Maruan morre e deixa em seu testamento um pedido para que os filhos Jeanne (Keli Freitas) e Simon (Felipe de Carolis) encontrem seu pai --que acreditavam estar morto-- e seu irmão --que não sabiam que existia-- e lhes entreguem cartas.

A jornada dos filhos em busca do passado da mãe é intercalada com a história de Nawal, vivida por Marieta em todas as fases, dos 15 anos de idade até sua morte. Em duas horas de espetáculo, a ação passa do Canadá ao Oriente Médio, onde Nawal circula no meio de uma guerra civil, vai e volta décadas no tempo.

Aos poucos, monta-se o quebra-cabeças da vida de Nawal, que Marieta define como uma "tragédia contemporânea", que inclui prisão, tortura, guerra e a busca por um filho de quem foi separada.

No espetáculo, há personagens e histórias que não estão no longa. "A peça provoca uma catarse que o filme não causa", avalia Marieta.

A atriz dedica o espetáculo, dirigido por Aderbal Freire-Filho, a Zuzu Angel (1921-1976), mãe do militante político Stuart, desaparecido durante a ditadura militar.

"A questão da violência é muito presente na peça. E minha geração teve a juventude sugada, massacrada pela ditadura", diz. "A gente estava sob censura, as pessoas eram presas, torturadas. Essa questão me tocou no texto."

A atriz diz que, como sua personagem Nawal, também conversa com os seus fantasmas na peça. "Na minha geração as mulheres foram estupradas, torturadas, mortas, tiveram filhos mortos, saíram buscando filhos que nunca foram encontrados. São questões que falam à minha alma. Zuzu sintetiza tudo isso."


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