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Crítica - Romance

Banville imita bem estilo de autor, mas com pouca imaginação

ANDRÉ BARCINSKI ESPECIAL PARA A FOLHA

Raymond Chandler morreu há 55 anos, mas continua inspirando a literatura policial. Sua mais famosa criação, o detetive Philip Marlowe, ressuscita agora pelas mãos do escritor John Banville, que, sob o pseudônimo Benjamin Black, acaba de lançar seu oitavo romance policial, "A Loura de Olhos Negros "" Uma Aventura de Philip Marlowe".

Chandler e Dashiell Hammett (1894-1961) ajudaram a criar as fórmulas da literatura policial "noir": heróis existencialistas, louras fatais, diálogos espertos e personagens enigmáticos, que raramente eram o que pareciam ser.

Para um escritor talentoso como Banville --e fã do gênero policial--, a chance de emular o estilo de Chandler deve ter sido irresistível. Dá para imaginar o prazer que ele sentiu ao trazer de volta Marlowe e criar, em primeira pessoa, as frases e pensamentos que tornaram o personagem icônico.

O livro abre com uma cena típica de Chandler: Marlowe, entediado, está em seu escritório vendo o mundo passar na janela, quando é procurado por uma mulher loura, linda e misteriosa.

Ela tinha uma missão para Marlowe: achar seu namorado, que supostamente morrera em um acidente de trânsito, mas havia sido visto vivo poucos dias depois.

Banville deve ter se divertido demais escrevendo o livro. Mas e o leitor? Como "A Loura de Olhos Negros" se compara a outros trabalhos de Chandler?

Se o mimetismo estilístico de Banville é, de fato, impressionante, e o livro poderia muito bem passar por uma obra de Chandler, a trama não é das mais inventivas e a conclusão não é das mais surpreendentes.

O livro vale mais como exercício estético do que adição ao cânone de Marlowe.


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