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Peça expõe intimidade de Frida Kahlo e Diego Rivera
Espetáculo com texto de Maria Adelaide Amaral estreia neste sábado (11)
Os pintores mexicanos são vividos por Leona Cavalli e José Rubens Chachá, com direção de Eduardo Figueiredo
A arte e os ideais políticos estarão lá, mas o que a peça "Frida y Diego" vai deixar em evidência no Teatro Raul Cortez a partir deste sábado (11) é a relação íntima entre dois ícones da pintura mexicana.
Em cena, Leona Cavalli e José Rubens Chachá se transformam em Frida Kahlo (1907-1954) e Diego Rivera (1886-1957), que viveram juntos durante muitos anos em meio a brigas, parcerias, separações e paixão intensa. "Eles se amam, se odeiam, se traem", resume o ator.
Escrito a pedido do diretor Eduardo Figueiredo, o texto de Maria Adelaide Amaral tem início em 1940, no momento em que Frida reata seu casamento com Rivera depois de um ano de separação.
As cenas seguintes são em forma de flashback e mostram detalhes do dia a dia do casal, até que a história retorna à época retratada inicialmente e segue até 1953, ano anterior à morte da pintora.
"O que mais me encantou é que a peça mergulha no ser humano", afirma Leona. Para ela, o público vai poder conhecer um lado mais despojado e informal dos artistas.
O espetáculo aborda o relacionamento aberto entre os dois, com direito a traições consentidas, as doenças que atormentaram a vida de Frida, causando diversos abortos, e a participação do casal no movimento comunista.
PASSAGEM DO TEMPO
Como cada sequência ocorre em locais e datas diferentes, o diretor optou por usar projeções no palco para situar a plateia.
Também haverá imagens de obras, como o autorretrato de cabelo cortado, de Frida, que simboliza o acesso de fúria que a pintora teve ao descobrir que Diego a traía com a irmã. "Tudo era suportável até então", diz o ator José Rubens Chachá.
O texto da montagem é baseado em livros, cartas e muita pesquisa. "Você é melhor que eu, meu amor", diz Rivera em um dos trechos, referindo-se ao talento artístico de Frida. "O gênio é você, sou só sua sombra", responde ela.
Recheada de ironia, poesia, alegria e dor, a história de amor entre essas duas "pessoas intensas", como afirma o diretor Eduardo Figueiredo, promete mexer com a plateia.