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Cédula de votação sem filmes ruins divide espectadores

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

Exemplo de democracia desde que foi criada, em 1977, atendendo à demanda de um público variado, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo não tem filme ruim.

Ao menos é o que aponta a cédula de votação entregue ao espectador antes das sessões, na qual há notas de um a cinco para os longas. Cinco representa "excelente", mas um não segue a mesma lógica: em vez de "ruim" ou "péssimo", traz a opção "não gostei."

Segundo a assessoria da Mostra, a decisão foi do seu criador, Leon Cakoff, morto em 2011, para o qual não havia filme ruim no evento.

"Acho um absurdo. Assim como há filmes ótimos na Mostra, há também uns horríveis", reclama a arquiteta Audrey Scholss, frequentadora da Mostra há 20 anos.

As amigas Bianca Gouveia, roteirista, e Raquel Souza, diretora de arte, discordam. "Acho que há uma seleção prévia exatamente para não existir filme ruim", diz Bianca.

O diretor Matheus Souza, que participou da Mostra com "Eu Não Faço a Menor Ideia Do Que Eu Tô Fazendo com a Minha Vida", concorda: "A cédula faz lembrar que um pouco de educação e respeito pelo trabalho do outro é necessário. É mais justo".

"Me falaram de um festival que defende o seguinte: 'Todos os nossos filmes são geniais, nós os amamos. Portanto, nossa premiação não terá júri, faremos sorteio para descobrir os ganhadores'. Achei genial isso", conta Kleber Mendonça Filho, que teve seu "O Som ao Redor" na Mostra.


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