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Crítica drama

Elegante revisão de clássico aproxima texto do grande público

'Hamlet' é um espetáculo convencional que não assume grandes riscos, mas conta com o brilho inconteste de Thiago Lacerda

DO CRÍTICO DA FOLHA

Shakespeare para todos. "Hamlet", encenação de Ron Daniels do texto mais conhecido do dramaturgo inglês, tem as virtudes necessárias ao melhor teatro popular: simplicidade e contundência dramática.

Daniels, autor da proeza de tornar a peça palatável e interessante ao público mais amplo, é um encenador brasileiro que trabalhou durante décadas na Royal Shakespeare Company -principal companhia inglesa voltada às montagens de William Shakespeare (1564 -1616).

O diretor fez uma tradução primorosa, com a colaboração de Marcos Daud, em que os versos originais do britânico tornam-se, em português, prosa cristalina.

Nenhuma das cenas desta tragédia de vingança, gênero comum à época do autor, fica de fora da montagem.

A história trágica do filho do rei da Dinamarca, que vê o fantasma do pai morto denunciar o irmão, seu tio, como um assassino usurpador da coroa e das graças de sua própria mãe, desafia encenadores em todo o mundo há quatro séculos.

A opção de Daniels, um especialista na ortodoxia shakesperiana, foi reduzir ao máximo os elementos cênicos, deixando em foco os atores e suas falas.

As cenas se sucedem em ritmo célere, mas constante, o que permite acompanhar sem saltos a trajetória do personagem central.

É, de fato, um espetáculo convencional, que não assume grandes riscos. Mas que, à parte este jogo defensivo, conta com brilho inconteste de Thiago Lacerda como
Hamlet.

O ator se sai muito bem deste que é, talvez, o maior desafio de sua carreira, e torna-se credenciado a voos mais ambiciosos.

O elenco é homogêneo, e este equilíbrio sugere um trabalho meticuloso do diretor com os atores. A Ofélia de Anna Guilhermina e a Gertrudes de Selma Egrei também correspondem à direção atenta.

Outro acertos são os telões de André Cortez, figurando céus enevoados. Eles se bastam como fundo e agilizam as mudanças de cena.

É uma cenografia econômica e eficaz, que colabora com a clareza da narrativa e a elegância do estilo cênico.

É notável um artista brasileiro, que fez a vida na pátria de William Shakespeare, trazer de volta um pouco de sua experiência.

Sua perspectiva alarga nossa vivência com Shakespeare, poeta dramático raro e sempre imprescindível. (LFR)

HAMLET
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 19h; até 16/12
ONDE Tuca (r. Monte Alegre, 1.024; tel.: 0/xx/113670-8455)
QUANTO de R$ 40 a R$ 60
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom


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