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Tática envolve pastores e salas perto de igrejas

DE SÃO PAULO

A maioria dos frequentadores das primeiras sessões de "Três Histórias, Um Destino" foi recrutada por pastores de diferentes igrejas evangélicas.

"Foram cinco meses de reuniões com líderes de igrejas. Mostramos o longa e pedimos para eles falarem sobre o primeiro fim de semana", diz Ygor Siqueira, da Graça Filmes.

Além disso, as salas que exibem a produção foram escolhidas a dedo: estão em áreas de classe média que têm igrejas evangélicas. "Nos lugares mais distantes, realmente pensamos nas igrejas", confirma Siqueira.

A fórmula parece funcionar. "O pastor Marlon nos falou para ver o filme. Agora vou fazer propaganda", conta a cozinheira Antônia de Jesus Azevedo, que foi com uma amiga a uma sala na zona norte de São Paulo.

As duas frequentam a Igreja da Graça de Deus da Vila Nova Cachoeirinha, distante 2,5 km do cinema.

Já na sede da igreja, no centro, há exemplares da revista "Show da Fé" com o filme na capa, banners de divulgação com os dizeres "compre seu ingresso aqui" (a troca é feita no cinema) e panfletos com detalhes da ação evangélica. "Alguns líderes fecharam sessões ou compraram ingressos antecipadamente", explica Siqueira.

Apesar de grupos de fiéis trocarem ingressos para o filme, como testemunhou a reportagem, as atendentes não receberam orientação para avisar o público do conteúdo religioso.

A decisão pode ser polêmica. Dois amigos, no mesmo UCI, ficaram indecisos entre ver "Atividade Paranormal 4" e "Três Histórias, Um Destino".

A funcionária disse apenas que o segundo era um "drama", esticando a palavra -como um alerta. A dupla optou pelo filme evangélico. Saiu com dez minutos de projeção. "Vou tentar ver o outro filme", respondeu um deles, na pressa, sem querer identificar-se.


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