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Crítica cinema

Drama francês perturba com violência e sexo

Festival Mix Brasil exibe longa de Gaël Morel sobre a paixão enlouquecida de um garoto de programa quarentão

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Violenta história de amor entre prostitutos franceses, "Nosso Paraíso" está na programação do Festival Mix Brasil e reúne dois atores surgidos nos anos 1990.

Gaël Morel e Stéphane Rideau eram os protagonistas de "Rosas Selvagens" (1994), filme simpático do veterano André Téchiné sobre ritos de passagem de adolescentes.

Morel passou à direção e escalou Rideau para seu quinto longa de cinema, "Nosso Paraíso". A duradoura amizade deve ter ajudado na realização de um filme pesado, sem concessões, no qual o personagem principal vai do patético ao aterrador.

Rideau interpreta Vassili, um garoto de programa que não pode mais ser chamado assim, porque já chegou aos 40 anos. A barriga que começa a incomodar e o rosto marcado são implacáveis para quem vende o corpo.

Os problemas se acumulam a cada noite. Profissionais mais jovens o ameaçam na briga por território, clientes reclamam que ele mente a idade em anúncios.

Cada vez mais revoltado, passa a assaltar clientes. Nessa ira descontrolada, encontra um garoto de programa ferido, Angelo, e resolve tomar conta dele.

O rapaz se transforma em amante e cúmplice. A paixão por Angelo potencializa as reações enfurecidas de Vassili, numa espiral de sexo e morte filmada com enquadramentos intimidadores.

O sexo beira o explícito. A violência é plástica, encenada entre paredes manchadas de sangue e navalhas que brilham em mãos trêmulas.

Os golpes da dupla ficam cada vez mais carregados de crueldade. A maldade impassível de Vassili contamina e empolga Angelo, que nunca questiona seu tutor.

Quando Vassili vai atrás de seu passado, buscando um menino que trata como filho e um ex-amante rico, tudo aponta para um final trágico.

Não é bom esperar redenção alguma em "Nosso Paraíso", um filme tenso e perturbador como poucos.


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