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Mercosul prepara rede exclusiva de salas de cinema

Distribuição de filmes realizados na região vai ser a prioridade; ingressos devem custar equivalente a R$ 10

Funcionamento do circuito, formado por 30 espaços em quatro países, está previsto para maio de 2013

DENISE MOTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MONTEVIDÉU

Um filme brasileiro, projetado a partir do Uruguai e em exibição simultânea em Córdoba, Assunção ou Salvador.

A partir de maio de 2013, essa pode ser a realidade de qualquer longa-metragem realizado no Brasil, na Argentina, no Paraguai ou no Uruguai e que seja exibido pela Rede de Salas do Mercosul.

A rede deverá ser composta por 30 locais de exibição (dez no Brasil, dez na Argentina, cinco no Uruguai e cinco no Paraguai).

A implementação do projeto foi discutida em Vitória (ES) nas últimas quinta e sexta-feiras, durante a Recam (Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas).

Trata-se do órgão consultivo do Mercosul para a área audiovisual, que controla a iniciativa.

Um ponto pendente de definição é a participação da Venezuela, recentemente admitida como membro permanente do bloco.

Também está em fase de definição a localização dos cinemas que farão parte do circuito. Segundo a Recam, cada Estado formulou uma lista de salas, que está sendo avaliada.

O que se sabe é que os pontos de exibição estarão conectados pela internet e habilitados para exibir produções em alta definição (full HD).

A programadora dessa espécie de cineclube digital será instalada em Montevidéu. É da capital uruguaia que se transmitirão os filmes previamente selecionados.

Nas salas do circuito em formação, o preço do ingresso será de aproximadamente R$ 10 ou o equivalente em moeda local.

"A ideia é que sejam entradas populares. E a rede está aberta à distribuição de estreias", diz à Folha Guillermo Saura, diretor do Programa Mercosul Audiovisual (PMA), que coordena a implementação do projeto.

"Não é comum para a maioria dos produtores do bloco [ter acesso a] uma janela formada por 30 salas simultâneas."

A iniciativa é parte de um convênio de cooperação assinado em 2009 entre a União Europeia e o bloco sul-americano e negociado pela Recam. O PMA tem um orçamento de R$ 4,8 milhões, dos quais R$ 3,8 milhões são financiados pela UE e R$ 934 mil vêm do Mercosul.

CRONOGRAMA

A partir de janeiro do próximo ano, o programa começa a instalar os equipamentos nas salas selecionadas e a buscar os direitos de distribuição de filmes que farão parte da programação.

No Festival de San Sebastián deste ano, em setembro, autoridades da Recam apresentaram a iniciativa como uma forma de iniciar uma aproximação com realizadores interessados em participar da proposta.

A Recam entende que os objetivos principais da rede de salas são a promoção da identidade regional e o fortalecimento do setor audiovisual dos países do bloco. Nos últimos cinco anos, esses países importaram o dobro do que exportaram em bens e serviços culturais.

Como resultado disso, o déficit anual, em sua balança comercial cultural, é da ordem de US$ 250 milhões.


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