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Mercado de cinema dos EUA acorda para público latino

"Marcados para Morrer", que estreou na sexta no país, mostra a força de audiência hispânica e bate recordes

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

Se a indústria cinematográfica americana já olha para o mercado internacional com olhos mais atentos do que no passado, outro fenômeno pode estar em gestação dentro de casa.

Segundo pesquisa divulgada recentemente pela Motion Picture Association of America (MPAA), órgão que representa os maiores estúdios de Hollywood, os latinos agora representam 25% do total de ingressos vendidos nos EUA.

Os dados foram revelados após a estreia americana do policial "Marcados Para Morrer", que entrou em cartaz no Brasil na sexta-feira passada.

O longa independente ganhou o topo das bilheterias e, um mês depois, já havia quadruplicado seu orçamento de US$ 7 milhões (cerca de R$ 14 milhões).

Só nos EUA, o longa dirigido e escrito por David Ayer ("Dia de Treinamento") arrecadou US$ 39 milhões (R$ 78 milhões). A história de dois policiais, um branco (Jake Gyllenhaal) e um latino (Michael Peña, filho de mexicanos), se passa na violenta South Central, região de Los Angeles de população predominantemente hispânica e negra.

Outra pesquisa, da Open Road Films, produtora do longa, mostrou que 32% dos espectadores de "Marcados para Morrer" no primeiro fim de semana eram latinos.

"Atingir esse público não fazia parte de um plano ou estratégia calculada", explica Ayer. "Mas Hollywood não percebeu que existe um mercado inexplorado e só criava personagens latinos genéricos, impossíveis de gerar identificação. Meu filme tenta ser o mais honesto possível com essa cultura."

"Marcados para Morrer" mostra como os policiais de uma das forças mais eficiente dos Estados Unidos vivem numa encruzilhada de violência.

"Não quis ser político com o meu filme. O ideal é que a violência fosse monopolizada pelos criminosos, mas não é assim. Mostro policiais que estão dispostos a proteger a sociedade com violência, se for o caso", diz o cineasta.

LATINOS FIEIS

Outro dado da pesquisa da MPAA reflete o número de filmes vistos por ano nos Estados Unidos. O censo mostra que os hispânicos assistiram a uma média de 5,3 filmes em 2011, contra 3,7 dos negros e 3,1 da população branca.

"Sabemos agora o quão importante os hispânicos são para os negócios", diz Jason Cassidy, da Open Road, à revista "Hollywood Reporter".

Outros estúdios estão tomando decisões para agradar ao público. Não é à toa que Selena Gomez, filha de um descendente de mexicanos, fez a voz feminina principal de "Hotel Transilvânia", animação que bateu recorde de bilheteria em setembro.

Nem é por acaso que "O Gato de Botas", dublado pelo espanhol Antonio Banderas, ganhou o seu filme ano passado. E não é apenas pelo grande talento que Javier Bardem foi escolhido para viver o papel do vilão Silva em "007 - Operação Skyfall".

O mercado está tão ávido por agradar os latino-americanos nos EUA (e fora deles) que até "Atividade Paranormal" vai ganhar uma versão falada parcialmente em espanhol visando Brasil, Argentina e México, áreas de grande sucesso da franquia.

"O Último Desafio", o próximo filme de Arnold Schwarzenegger, usa a fronteira dos EUA com o México como cenário.

Que sabe assim, o ator pronuncie novamente a famosa frase "Hasta la vista, baby", de "O Exterminador do Futuro". E com sotaque.


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