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Para baixista do Kiss, Brasil vive 'ótimo tempo para fazer negócios'
Gene Simmons, roqueiro que criou centenas de produtos do Kiss, fala de show amanhã em SP
Cantor e baixista elogia integrantes mais jovens do grupo e lembra da influência do ex-Beatle Paul McCartney
O Kiss está de volta ao Brasil e se apresenta amanhã em São Paulo na turnê de seu novo álbum, "Monster".
À Folha, o baixista Gene Simmons não escondeu o entusiasmo por voltar ao país que visitou pela primeira vez há quase 30 anos.
"Amo o Brasil, sua cultura e suas mulheres. Tocar ai é bom para os negócios, especialmente agora, que os brasileiros parecem ter mais dinheiro para comprar coisas. É um ótimo tempo para fazer negócios com vocês", diz.
E se há um roqueiro que entende de negócios, ele se chama Gene Simmons. Poucas bandas conseguem faturar tanto e criar tantos produtos com a sua marca.
Para o cantor, compositor e baixista de 63 anos, o quarteto -que inclui seu eterno parceiro, o cantor, compositor e guitarrista Paul Stanley, e também Tommy Thayer na guitarra e Eric Singer na bateria- vive um dos melhores momentos de sua carreira.
"Uma banda é como o corpo humano, tudo precisa estar limpo, saudável. Com câncer, você não faz coisas boas. Tommy e Eric, que são bem mais novos do que eu e Paul e sempre nos lembram de como é bom esse trabalho. Eles estão sempre empolgados com cada novo show, a gente se sente como quando estávamos no começo".
A análise de Simmons equivale a uma sutil agulhada em Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (bateria), integrantes da formação original do Kiss, que haviam voltado ao grupo em 1998 e saíram na primeira metade dos anos 2000. As ótimas vendagens de seus discos mais recentes e os shows sempre lotados respaldam o auto-elogio.
Para o carismático linguarudo, "Monster" equivale a uma volta às raízes da banda americana, com hard/heavy rock básico, direto e sem nenhuma balada romântica.
O álbum entrou na parada americana direto no terceiro lugar. "Neste disco somos apenas o Kiss, sem rodeios. É um álbum honesto."
Embora prometa tocar várias músicas do novo álbum no show em São Paulo, Simmons tranquiliza os fãs: grandes hits também marcarão presença no set list.
"Vamos também os clássicos que os fãs querem ouvir. Se eu for a um show do Deep Purple e eles não tocarem "Smoke On The Water", por exemplo, ou o Guns N' Roses não tocar "Welcome To The Jungle", sairia bravo de lá."
PAUL McCARTNEY
Se há uma coisa da qual Gene Simmons se orgulha em seus shows é da presença de gente de diversas faixas etárias na plateia.
"É maravilhoso ter fãs de 60 anos e de cinco ao mesmo tempo. Nos shows do Kiss temos de tudo!"
O seu ídolo como baixista, curiosamente, não é do cenário do rock pesado. Trata-se de Paul McCartney, de quem ele fala com entusiasmo. "Ele mudou a função do baixo no rock, foi um divisor de águas."