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Explosão latina

Boom latino-americano faz 50 anos e está no centro da Feira do Livro de Guadalajara

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Uns dizem que começou em 1959, com a Revolução Cubana e seu impacto na intelectualidade e no mundo das artes. Outros, que foi muito antes, nos anos 1920 dos movimentos vanguardistas.

A verdade é que a geração conhecida hoje como a do boom latino-americano teve no ano de 1962 uma espécie de marco fundador.

Naquele ano, alguns de seus principais autores lançaram livros que se tornariam referência para gerações. Vieram à luz "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, "O Século das Luzes", de Alejo Carpentier, "A Cidade e os Cachorros", de Mario Vargas Llosa, e "A Má Hora", de Gabriel García Márquez.

Nestes, as principais características do grupo se desenvolviam de acordo com as particularidades e as nacionalidades de cada um. Era comum a influência de James Joyce, William Faulkner e Franz Kafka. Mas a tentativa era trazer a perspectiva para o universo latino-americano.

Em "A Cidade e os Cachorros", Vargas Llosa evoca o tempo em que estudou em um colégio militar, onde teve contato com as diversas realidades do Peru, ao conhecer meninos de diferentes províncias.

"A Má Hora", de García Márquez, é uma fábula política sobre um vilarejo aplacado pela violência social. "Histórias de Cronópios e de Famas" explora as diferenças sociais e culturais da Argentina.

Críticos literários consideram o boom como um ciclo que foi até 1982, quando se concede o prêmio Nobel a García Márquez. No período, o continente atravessou a desilusão com a revolução comunista, o impacto de ditaduras e a luta de resistência para, por fim, começar novamente a respirar ares democráticos.

O "boom" completa agora 50 anos. Com o fim do comunismo, seu legado foi contestado politicamente e seus protagonistas, questionados.

Do ponto de vista literário, porém, sua influência segue viva. Grupos como o Crack mexicano ou o McOndo chileno romperam com o que se banalizou conhecer como "realismo mágico" e evocaram um diálogo mais dinâmico com a tradição.

A partir de hoje e até o próximo dia 2 de dezembro, a novíssima geração da literatura latino-americana se encontra em mais uma edição da Feira do Livro de Guadalajara, no México. Além desta discussão, o evento terá o Brasil como convidado especial.


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