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Fotógrafo capta ritual celta sem clichês

Gui Mohallem registra celebração da fertilidade e da primavera em floresta secreta dos EUA; livro será lançado na terça

Imagens reunidas pelo mineiro em 'Welcome Home' flagram a calmaria que precede as cerimônias do Beltane

DAIGO OLIVA EDITOR-ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA

Uma floresta cuja localização não é divulgada para proteger o espaço. Lá, um ritual de celebração de fertilidade e da chegada da primavera tem lugar, envolto em um ambiente em que se alargam os limites da sexualidade.

É esse o universo capturado pelo fotógrafo mineiro Gui Mohallem, 33, em seu livro de estreia, "Welcome Home" (bem-vindo à sua casa).

A publicação será lançada nesta terça (27) e traz imagens da experiência de Mohallem no santuário do sudeste dos EUA em que é realizada a festividade celta do Beltane. "O livro é, ao mesmo tempo, a busca e o encontro de uma casa física, um porto seguro. Essa casa se apresenta como um lugar atemporal", explica ele.

Durante três edições do festival, o fotógrafo fez o caminho menos óbvio ao registrar momentos de calmaria e de preparação para os rituais.

Flagrantes de êxtase dos participantes, que poderiam incorrer pela caricatura, são preteridos em favor de imagens que revelam não só a delicadeza de pequenos gestos como também o encontro do artista com o espaço.

NA NATUREZA SELVAGEM

"Uma questão primordial é a busca da comunidade, do pertencimento. Eu quis que estivesse no trabalho essa integração com a natureza, essa relação de reverência e respeito", afirma.

A natureza surge como personagem e serve de moldura bucólica a retratos que testemunham instantes solitários de reflexão.

"Ensaio para a Loucura", exposição de 2008 do fotógrafo, tinha velocidade que mimetizava a fala acelerada de Mohallem. Já "Welcome Home" diminui esse ritmo e contrasta com seu jeito, o que acaba por reforçar a ideia do encontro com algo novo.

Lançado de forma independente, "Welcome Home" foi parcialmente financiado com a venda de pôsteres de uma imagem do próprio livro.

Se o festival de Beltane foi o instrumento usado por Mohallem para dialogar consigo mesmo, agora o fotógrafo se vira para questões de seu núcleo familiar.

"Após encontrar esse lugar para chamar de casa, fora de qualquer origem cultural ou de sangue, fui para o Líbano investigar minhas origens, sobretudo a história do meu pai", conta, sem revelar muito sobre o novo projeto.

O que não significa que "Welcome Home", à beira de seu lançamento, seja página virada. "Tem um tanto do trabalho ainda por entender, e parte disso virá do diálogo com a pessoa que o vir."


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