Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Réplica

Crítica desqualifica filme 'Contestado - Restos Mortais' pela originalidade de sua linguagem

SYLVIO BACK ESPECIAL PARA A FOLHA

Ah, o futuro do pretérito! Para quem está filmando Graciliano Ramos como eu, o crítico Ricardo Calil cometeu a suprema leviandade de desconhecer que sinônimo de futuro do pretérito também

é utopia.

Por isso, sem nenhum pejo, depois de citar os elementos que compõem a estrutura de "O Contestado - Restos Mortais", em que "... é possível montar um panorama abrangente", mas que cansaria e dispersaria o espectador, ele decide meter, impunemente, seu dedo lambuzado na minha obra, sentenciando: ".. algo que poderia ser atenuado com um recorte mais específico".

Oh dor, como não pensei nisso antes. Genial, preclaro, Calil. Nem por isso lhe concedo autoridade para você, impunemente, se arvorar em co

autor a posteriori do filme. Lamento informar que, na contramão do seu desejo explícito de assiná-lo, ele está pronto e ora em lançamento nacional, tem pesquisador, roteirista, montador e diretor.

Se soubesse de antemão que você tinha tanta expertise cinematográfica, além de soberbos "insights" e do luminar talento que demonstra em seu arrazoado, juro que o teria contratado na hora.

Pois assim os leitores e eu ficaríamos livres de ler esses seus pífios, arrogantes e preconceituosos argumentos tentando desqualificar "O Contestado - Restos Mortais" pela originalidade de sua linguagem (a inserção de médiuns em transe), pelo ineditismo do tema e pela sua inoxidável pertinência moral.

Depois, essa sua fixação de coautoria seria como se eu, incorporando a mesma petulância do crítico, tentasse interferir no seu texto antes de ele vir a lume. Ou seja, caso aqui e acolá houvesse "... um recorte mais específico", aí, sim, ele seria maravilhoso, irretocável. Portanto, publique-se. Tome tento, Calil! Respeite-me e respeite-se!

Para terminar, peço desculpas por tê-lo abandonado nessa horrível orfandade autoral no meu filme. Mas nem tudo está perdido, acredite, meu jovem. Assim, de público, desde já considere-se convidado a editar comigo o docudrama sobre o Velho Graça. Vou, sim, deixar você brincar de cineasta à vontade!


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página