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Opinião

Bennett entrega repertório como se fosse a primeira vez

CLAUDIO BOTELHO ESPECIAL PARA A FOLHA

Tony Bennett é o último representante da chamada "grande geração de intérpretes" da música americana ainda em atividade. Após a morte de Frank Sinatra, o bastão passou quase que automaticamente para ele.

Essa passagem de cetro faz sentido. Essa maneira de cantar vai se apagar quando sua chama deixar de existir. Ninguém mais canta assim.

Tony ainda entrega seu repertório como se estivesse apresentando as canções pela primeira vez. Cantor popular com um fortíssimo viés jazzístico, ele valoriza as letras, emite cada palavra como se estivesse nos confessando cada dor do amor, cada alegria, os encontros e desencontros que são o tema de quase todo "standard" da canção americana de qualidade.

Nada soa rotineiro ou cansado, tudo é novo, parece nascer ali naquele momento. É teatro, mais do que apenas música. Ele está em cena como se tivesse a função de nos contar em primeira mão uma história, como se tivesse a obrigação de mostrar todo o sentido daquelas canções que ouvimos há décadas.

Há quem diga que sua voz se desgastou. Se ele mantivesse a mesma voz em 86 anos, seria mais que um fenômeno, seria um ET. Mudou, mas que importância tem isso? O grande intérprete está ali, e tudo que ele faz é como se estivesse estreando.

Tony, o maior cantor do mundo de um repertório que é tão clássico quanto a música popular pode ser, está no Brasil. Se você ama essas canções, largue tudo e vá vê-lo. Quando ele parar de cantar, esse estilo terá acabado.


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