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Crítica documentário

Cinegrafista italiano registra os primeiros anos de Brasília

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

"Dino Cazzola - Uma Filmografia de Brasília" é um documentário que vai além de mostrar a novas gerações a história do cinegrafista italiano radicado no Brasil.

Sua trajetória pessoal é cativante. Depois que a pequena cidade em que morava na Itália foi totalmente destruída na Segunda Guerra Mundial, Cazzola (1932-1998) conviveu com pracinhas brasileiros no front. Quando decidiu vir para o Brasil, se passou por um soldado brasileiro que teria ficado pela Europa, retornando sem documentos.

Mas o filme de Andréa Prates e Cleisson Vidal mistura a aventura pessoal de Cazzola com dois componentes de forte apelo: a epopeia da construção de Brasília e as péssimas condições de conservação de acervos cinematográficos no país.

A abertura do filme, com imagens de pesquisadores abrindo as latas de filmes do arquivo pessoal do cinegrafista, é de partir o coração de um cinéfilo. Películas apodrecidas brotam das latas.

De mais de 3.000 rolos de filme, apenas 300 horas de material rodado nos anos 1960 e 1970 sobreviveram.

Essas imagens deram origem a um documentário lúdico, particularmente atraente para quem conhece Brasília. Os prédios da Esplanada dos Ministérios começando a subir, ainda como grandes esqueletos, impressionam.

A narração original dos trechos filmados dá um tom vintage e engraçado. Nota-se o esforço feito à época para enaltecer a nova capital, incluindo cenas de uma "animada" vida noturna.

Na edição dos filmes registrados já sob a ditadura militar, o documentário imprime tom sombrio para essas passagens, com bons resultados.

Depois de testemunhar a destruição de sua cidade, Cazzola atravessou o oceano para documentar a construção de uma das cidades mais revolucionárias do mundo.


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