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Crítica drama

'Celeste e Jesse' esbanja simpatia, mas erra ao apostar no trivial

Longa que estreou na sexta no país mostra via-crúcis afetiva de mulher bem-sucedida com marido boa-vida

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

"Celeste e Jesse Para Sempre" poderia muito bem estrear no Telecine Premium ou na HBO e fazer uma boa carreira nos canais por assinatura: ser um desses filmes que o espectador sintoniza por acaso e considera simpático.

Com efeito, a comédia dramática dirigida por Lee

Toland Krieger esbanja simpatia. Ela vem sobretudo da dupla Celeste (Rashida Jones) e Jesse (Andy Samberg). Eles formam um estranho casal: separados, são, no entanto, inseparáveis.

Jesse mora nos fundos da casa de Celeste. Ele é basicamente um boa-vida e ela, uma estranha mistura de publicitária, escritora e antecipadora de tendências -seja lá o que isso for. O fato é que trabalha e dá certo na carreira, o que dificulta a vida em comum com o infantil Jesse.

Temos então um casal que se ama, que preserva os códigos particulares de seu tempo de casados, mas não pode dar sequência à vida conjugal.

Que fazer? Ainda que nada (ou pouco) se faça, como eles, sabe-se que a corda vai estourar em algum ponto e que alguém vai levar a pior.

No caso, é Celeste quem se estrepa, pois Jesse se arranja com Veronica, que, após um namoro fugaz, engravida. O problema ainda assim será comum: para Celeste, trata-se de arranjar outro namorado; para Jesse, de arrastar sua insignificância, travestida de vocação para pai.

Ou seja, lidar com a separação caberá mesmo a Celeste. Eis aí um deslize do roteiro (não por acaso escrito por Rashida Jones): dos dois personagens que dão nome ao filme, só um, o feminino, tem algum interesse.

É Celeste que terá de se investigar, de descobrir quem é, de se entender com pretendentes esquisitos e buscar os erros que dificultam a convivência com Jesse (mesmo se tratando de um panaca).

Em suma, trata-se, para ela, de trilhar uma via-crúcis já bem conhecida, sem o amparo de coadjuvantes que tornem sua história mais particular. A aposta é no trivial. Um investimento interessante, mas que não é para qualquer um. Para ver "Celeste e Jesse", pode-se muito bem esperar pela estreia na TV.


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