Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Elke Maravilha interpretou Iaba em filme de 1977

DO ENVIADO A SALVADOR

Em 1975, o cineasta Iberê Cavalcanti fazia um documentário em Salvador sobre Jorge Amado quando conheceu Carybé.

"Os dois eram muito amigos e o Jorge me levou para conhecê-lo. O Carybé era muito gentil. Fomos os três a um terreiro de candomblé", relembra o diretor, 77.

Entre uma andança e outra, Carybé mostrou a Cavalcanti os originais de "Iaba", conto que provavelmente concluiu na mesma época.

Interessado pela cultura negra, tema de alguns de seus outros trabalhos, o diretor ficou intrigado com a história.

Em 1977, lançou "A Força do Xangô", versão do conto para o cinema. O filme conserva apenas o mote da trama, a relação entre Iaba e Antonio, e acrescenta vários outros detalhes à história.

Cavalcanti criou um prólogo que não existe no conto e um final totalmente diferente.

O elenco é o principal atrativo do filme. No papel da protagonista de Iaba, descrita por Carybé como uma "crioula enxuta, de pernas epescoço longos", está a atriz e apresentadora Elke Maravilha, 67.

"Como algumas definições do candomblé são muito escorregadias, tomei a liberdade de colocar uma loira no papel", justifica o diretor.

"Além disso, a Elke é uma grande atriz, tinha a energia necessária para o papel."

Ela tem como seu parceiro na vingança contra Antonio o ator Grande Otelo (1915-1993), em um de seus típicos papéis de malandro. "Ele estava num momento difícil, enfrentava problemas com a bebida, mas foi sempre muito profissional", diz o diretor.

Antonio foi interpretado por Antonio Pitanga, 73, na fase jovem, e por Geraldo Rosa (1934-1984), na adulta. Já a sambista Ivone Lara, 91, interpretou Zulmira-Marrom.

As filmagens duraram três meses e se dividiram entre Salvador e Rio de Janeiro. Ocupado com outros projetos, Carybé não acompanhou o trabalho.

"Foi uma delícia de fazer, uma ótima experiência", conta Elke. "Sempre fui curiosa sobre as manifestações religiosas, já conhecia alguns terreiros. E foi um prazer atuar com o Grande Otelo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página