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Erro e quebra de instrumentos marcam trabalho do alemão Pole

Produtor considerado pai do "dubtronic" é o maior destaque do festival Nova Frequências

Dupla Hype Williams e Actress também se apresentam em evento que acontece em São Paulo no sábado (8)

DANILA MOURA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ouvidos atentos são essenciais para quem deseja conhecer as atrações do festival carioca Novas Frequências, que acontece no Rio até domingo (9) e terá uma versão paulistana no sábado (8).

A dupla metida a engraçadinha Hype Williams, o badalado Actress -cujo disco "RIP" foi escolhido como o melhor de eletrônico de 2012 pela revista inglesa "Mojo"- e o alemão Pole são os destaques. Os três se apresentarão no Beco 203, após viabilização por "crowdfunding".

O evento tem curadoria de Chico Dub, responsável pela versão brasileira do Sónar. Nomes que estão "despontando" na produção de vanguarda do eletrônico na faixa dos 20 anos, como a estoniana Maria Minerva, 24, e o talentoso espanhol Albert Zaragoza, 28 (Lenticular Clouds), dominam a seleção das duas cidades.

O festival foi criado para apresentar ao público os novos rumos da produção eletrônica, numa pegada "cabeçuda". Nada é muito fácil de ouvir. Esqueça o clima das pistas para dançar.

Pode surpreender que o maior frisson seja em torno do quarentão Stefan Betke, que há décadas se destaca como mentor do "dubtronic" e deve lançar disco em 2013.

O trabalho de Pole sintetiza tendências do atual panorama da produção eletrônica, que bebe da fonte do passado no uso de ritmos tribais, detesta rótulos ou vertentes e é arrematada por pinceladas de "krautrock" e "noise".

Silver Apples e Brian Eno cantaram a bola há décadas. Mas agora a ordem é desconstrução generalizada. Em comum, todos procuram no ruído e na falta de ritmo óbvio a alma para suas músicas.

Depois de derrubar no chão um masterizador Waldorf 4-Pole, em 1996, o alemão explorou os barulhos e estalos produzidos por quedas. "Finalmente entendi que o ruído e aleatoriedade são importantes para criar melodia. Sem ruído, minha música não existiria", diz à Folha.

O tal experimento é a força-motriz da trilogia "Waldgeschichten" (2011). Para Pole, o erro e a experimentação em seu trabalho "têm significados profundos. O erro permite criar uma solução nova e a experimentação é o único meio de encontrar os tais erros. Por isso eu a amo".

O dub é o estilo mais fácil de reconhecer em sua obra, apesar de ser desmontado constantemente. Influências fortes do movimento "Sturm und Drang" (tempestade e ímpeto), que romanceou a literatura e música alemão no século 18, são marcantes na ode às florestas alemãs e suas origens.

Outra especialidade do produtor é a masterização de discos. Pole assinou álbuns de Richie Hawtin, Four Tet e Booka Shade e outros. Sobre a função, declara: "Assim eu treino a capacidade de encontrar erros ou melodias que poderiam soar melhor".


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