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Semana dos Realizadores, vitrine do cinema autoral, estreia em SP

Evento tem retrospectiva e exibição de filmes inéditos recentes

IURI DE CASTRO TÔRRES DE SÃO PAULO

O tempo é a metade, mas o objetivo é o mesmo. Em vez de uma quinzena de dias, como na prestigiosa seção paralela do Festival de Cannes, a Semana dos Realizadores acende a luz para a produção independente e autoral do cinema brasileiro contemporâneo.

Em sua estreia hoje em São Paulo, após quatro edições no Rio, será exibido "Doméstica", documentário do pernambucano Gabriel Mascaro, 29.

O cineasta é um exemplo do que a curadora da Semana, Lis Kogan, chama de realizador com "originalidade, uma pulsão artística de criação muito forte" -marcas que ela busca imprimir ao evento.

Serão exibidos também os novos longas de Caetano Gotardo, Marcelo Lordello e Adirley Queirós, ao lado de trabalhos dos mais experientes Julio Bressane, Paulo César Saraceni e Alberto Salvá.

Além dos inéditos, a Semana dos Realizadores faz uma retrospectiva de suas edições cariocas e traz 40 títulos que fizeram sucesso por lá. Também haverá cursos e palestras.

Entre os títulos, há experimentações como "Estrada para Ythaca" (2010), filmado, dirigido e atuado a oito mãos -as dos irmãos Luis e Ricardo Pretti e dos primos Pedro Diógenes e Guto Parente.

O longa é um bom exemplo do que o crítico de cinema e professor Francis Vogner dos Reis vê como uma geração que deixa para trás a película e aposta em tecnologias digitais, é extremamente cinéfila em suas referências e se relaciona e torce pelos colegas.

"São filmes realizados a fórceps, de orçamento baixo, mas com qualidade técnica apurada", diz Reis, que ministra aula sobre o panorama atual do cinema brasileiro no evento. Luiz Carlos Oliveira Jr. também falará sobre o tema.

Felipe Bragança, que dirigiu ao lado de Marina Meliande "A Fuga da Mulher-Gorila" (2009) e "A Alegria" (2010), não vê um recorte etário na "nova geração", mas sim autores que se desenvolveram após a retomada do cinema brasileiro, em 1995, com foco longe do comercial.

"Gente para quem o cinema é mais do que um emprego ou um mercado", afirma Bragança. "É um ofício e um exercício de expressão."

Mesmo que não atinjam o grande público, essas produções têm plateia fiel, segundo Gabriel Mascaro. "Há outras formas de chegar às pessoas, distribuindo por meio da internet, DVDs ou cineclubes."

O cineasta, que terá seus outros documentários, "Um Lugar ao Sol" e "Avenida Brasília Formosa", exibidos na Semana, chama a "desafiar o modelo clássico de cinema", no qual ver filmes é algo que se faz só numa sala escura.


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