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Teatro

Para ter público, trupes fazem 'intensivos'

Atores das companhias Os Satyros, Tapa e Núcleo Experimental chegam a subir ao palco sete vezes por semana

Fazendo maratonas teatrais, grupos reagem à tendência atual de conter custos com temporadas curtas

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Companhias como Os Satyros, Núcleo Experimental e Grupo Tapa resistem ao enxugamento das temporadas das peças, movimento que hoje beira a unanimidade nos espaços teatrais da cidade.

Em reação, as trupes começam a propor espetáculos que ocupem seus espaços de segunda a segunda, tal como nas décadas de 1950 e 1960, época em que o teatro era uma das formas mais populares de entretenimento.

Se a tendência é fazer apresentações somente aos finais de semana, os artistas desses coletivos se lançam em verdadeiras maratonas artísticas, muitas vezes subindo ao palco sete vezes por semana.

"É uma forma de resistência e também uma tentativa de subverter a lógica do teatro", diz Rodolfo García Vázquez, diretor dos Satyros.

A trupe reestreia neste sábado "O Inferno na Paisagem Belga". O espetáculo é uma performance inspirada na obra e no romance vivido pelos franceses Paul Verlaine e Arthur Rimbaud e estará em cartaz todos os dias da semana.

Para o encenador Zé Henrique de Paula, do Núcleo Experimental, a opção de abrir seu espaço sete dias por semana não é política. Trata-se sobretudo de um ato simbólico, que pretende recusar uma constatação frequentemente exaltada pela classe teatral da atualidade: a falta de público nos teatros.

Segundo Zé Henrique, as pessoas reclamam desse fenômeno do enxugamento das plateias, mas, se rendem a ele ao diminuírem as temporadas de seus trabalhos.

Seu espaço, inaugurado em março deste ano, funciona diariamente desde maio.

"Do ponto de vista do retorno financeiro, valeria mais a pena a gente não abrir o teatro alguns dias. Mas achamos que temos que fazer justamente o contrário, para desenvolver uma relação com as pessoas que trabalham ou vivem no bairro", diz ele.

Eduardo Tolentino de Araújo também aposta no intensivo teatral. Começa no dia 11 de janeiro a tradicional temporada de verão de sua companhia, o Grupo Tapa.

A temporada vai apresentar de terça a domingo, até o fim de março, uma mostra de oito espetáculos do repertório do grupo.

Também vai incluir as estreias de "Senhorita Julia", de August Strindberg, além de "Sombras" e "Sonho ou Realidade", peças curtas de Strindberg e Pirandello, respectivamente.


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