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Crítica comédia

Divertido e melancólico, filme israelense é ótima surpresa

"Nota de Rodapé" ganhou prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes de 2011, o filme israelense "Nota de Rodapé" é uma comédia dramática que foge do lugar comum, com uma história inusitada e criativa.

Os protagonistas são pai e filho, dois estudiosos do Talmude, o livro sagrado dos judeus. Eliezer (Shlomo Bar-Aba), o pai, é um sujeito rancoroso e solitário, que acredita nunca ter obtido o reconhecimento merecido por seu trabalho.

Já o filho, Uriel (Lior Ashkenazi) é um verdadeiro pavão, sempre dando entrevistas sobre suas pesquisas e aparecendo na mídia. Seus livros fazem grande sucesso, o que causa inveja ao pai.

No início do filme, vemos Eliezer visivelmente desconfortável, em uma cerimônia onde Uriel está recebendo um prêmio. A tensão entre os dois é evidente.

FRÁGIL RELAÇÃO

O título do filme, "Nota de Rodapé", se refere a um dos poucos exemplos de reconhecimento público de Eliezer, que se orgulha de ter sido citado, como nota de rodapé, em um livro de um celebrado estudioso do Talmude.

As coisas parecem mudar quando surge a notícia de que Eliezer ganhou um importantíssimo prêmio.

Depois de décadas de ostracismo, ele finalmente parece prestes a se tornar uma figura conhecida.

Contar mais estragaria a surpresa. Basta dizer que uma reviravolta na história ameaça destruir de vez a frágil relação entre pai e filho.

O filme é dirigido por Joseph Cedar, um judeu ortodoxo nascido em Nova York, mas que mora desde a infância em Israel. Ele ganhou fama ao dirigir o drama de guerra "Beaufort" (2007), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Em "Nota de Rodapé", ele cria uma trama que consegue ser, simultaneamente, engraçada e melancólica.

Os personagens são bem escritos, e a relação entre pai e filho é mostrada com toques de humor negro e acidez. Uma ótima surpresa.


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