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Destaques do teatro de 2012 extravasam limites da atuação

Jovens atores colaboram na elaboração integral das montagens

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles se destacaram na cena teatral de 2012 ao explodirem os limites da arte da interpretação. Entregaram-se ao palco como criadores multifacetados, transformando a atuação numa atividade plural.

Os jovens atores Dani Barros, João Paulo Lorenzon, Eduardo Okamoto, Luciana Paes, Danilo Grangheia e Amanda Lyra participam da elaboração dos espetáculos integralmente. Propõem cenas e, em alguns casos, até concebem a dramaturgia e a direção de suas criações.

Okamoto, melhor ator no Prêmio APCA em 2012 por seu trabalho em "Recusa", de Maria Thais, acredita que a mistura de funções na criação de um espetáculo é um dos fundamentos do palco.

Ele não vê o teatro e o ofício de ator como atividades segmentadas. "Recusa", por exemplo, foi criado com base nas improvisações dos atores durante os ensaios.

O mesmo aconteceu com "O Livro de Itens do Paciente Estevão", de Felipe Hirsch e sua Cia. Sutil, em que a atuação de Danilo Grangheia, ator e diretor do Folias, foi essencial para fazer a plateia resistir às cinco horas da peça.

Em "Estamira - Beira do Mundo", Dani Barros divide-se entre as funções de atriz e dramaturga. Ela apropria-se do discurso da coletora de lixo Estamira Gomes de Sousa para fazer reflexões a partir de vivências pessoais.

Por sua atuação, venceu como melhor atriz nos prêmios Shell de 2011 e APCA de 2012, entre outros. "Impossível não ser diferente o envolvimento de uma atriz numa peça que é parte de um projeto pessoal", diz à Folha.

João Paulo Lorenzon também optou por fazer de seu segundo mergulho na obra de Jorge Luis Borges uma imersão total. É ator, autor e diretor do solo "Eu Vi o Sol Brilhar em Toda a Sua Glória".

A entrega sem limites rendeu-lhe uma indicação ao Prêmio Shell de melhor ator de 2012 e a constatação de que a dificuldade de se produzir teatro no país pode ser benéfica. "A precariedade impulsiona a necessidade de autoria", acredita.

"Ficção", espetáculo da Cia. Hiato, transformou intérpretes em artistas polivalentes. A obra reúne seis monólogos, cada um criado por um dos atores do grupo.

"Os solos são bastante íntimos e a nossa presença cênica está muito ligada a quanto o ator é dono do que diz", diz a atriz Luciana Paes, que define sua obra como resultado de suas inquietações sobre o processo de criação.

"Eu não consigo só atuar, penso no espetáculo como um todo", diz Amanda Lyra, atriz que neste ano se envolveu nos espetáculos "História Radicalmente Condensada da Vida Pós-Industrial", "Matheus, 10" e "A Pior Banda do Mundo".

Para ela, o trabalho do ator extrapola limites da atuação por gerar sempre uma colocação pessoal. "É nossa perspectiva sobre o mundo que está em cena", diz.


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