Folha de S.Paulo

Diretor de espetáculo também é o responsável por "Rock in Rio"

DO ENVIADO AO RIO

Não era um objetivo exatamente, mas a carreira do diretor paulista João Fonseca acabou aos poucos estabelecendo conexão com as plateias jovens.

Além de dirigir "Edukators", ele encenou "Rock in Rio", musical que entrou em cartaz no início do mês na recém-inaugurada Cidade das Artes, também no Rio.

São dois projetos de dimensões diferentes. "Edukators" é intimista, tem três atores encenando para plateia com menos de cem pessoas. "Rock in Rio" tem 25 intérpretes, orçamento de R$ 12 milhões e plateia com 1.224 lugares.

"Mas não sinto que sejam espetáculos diferentes. Para mim, fora a estrutura, são coisas que demandam a mesma energia", diz.

A aproximação com o público jovem, para Fonseca, se deu de forma natural.

"Gosto de falar com esse público, mas não é algo tão consciente. A aproximação se dá pelas escolhas, acho que gosto das mesmas coisas que possam envolver os jovens."

Fonseca considera "ingênuos" os personagens de "Edukators", o que não o impede de ter simpatia por eles.

"É graças a essa ingenuidade que o jovem se revela", pondera. "Ele podem parecer imaturos, mas acho apaixonante a maneira como eles se entregam à causa que defendem", afirma.

O diretor tem uma extensa carreira no Rio de Janeiro, onde já encenou mais de 20 espetáculos, entre eles "O Casamento", de Nelson Rodrigues, um de seus primeiros (de 1997), e também "Édipo Unplugged" (2004), versão para o clássico de Sófocles com intérpretes vestindo camiseta e calças jeans.

TIM MAIA

Em São Paulo, Fonseca ganhou mais visibilidade no ano passado, principalmente por conta de dois espetáculos seus que, depois de estrear no Rio, cumpriram temporada na capital paulista: "Tim Maia - Vale Tudo" e "Maria do Caritó".

Este tinha Lilia Cabral interpretando a protagonista, uma mulher de cidade do interior, casta e solteirona.

Com trilha sonora que inclui "Pro Dia Nascer Feliz", da banda Barão Vermelho, e "Freedom", de George Michael, "Rock in Rio" deve estrear em São Paulo em abril, mas a produção do espetáculo ainda não fechou contrato com um teatro. (GF)