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Filme desviou ator de suicídio, diz diretor

DE LOS ANGELES

Em sua passagem por Los Angeles para receber uma série de prêmios, Michael Haneke conversou com o público num cinema de Hollywood, quando falou sobre a escolha dos atores de "Amor", em especial o protagonista Jean-Louis Trintignant, que andava com pensamentos suicidas antes de aceitar o trabalho.

"Ele havia sofrido um acidente e estava voltando do hospital para a casa pensando em contra qual árvore atiraria seu carro. E meu produtor pediu: 'Por que não faz este filme antes e depois pensa nisso?'", disse Haneke.

"Jean-Louis tem um mistério que poucos atores conseguem conservar. Era importante para a ambivalência da história, para a plateia encontrar sua própria interpretação."

"Amor" conta também com Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert, que ele dirigiu em "A Professora de Piano"(2001). "Isabelle é uma máquina de precisão", Haneke contou, ao ser questionado sobre uma cena na qual ela fala por vários minutos.

"Ela trabalha como um relógio, e você sabe que, quando ela disser aquela terceira palavra, ela vai virar a cabeça e começar a chorar."

O austríaco de 70 anos disse que não permite improvisações e que gosta de dizer aos atores como fazer o trabalho.

"Alguns não gostam", disse, rindo. Ensaios também são poucos. "Fiz teatro por 20 anos e é inevitável [ensaiar muito] porque é preciso repetir muitas vezes a mesma cena. No cinema, dá uma falsa sensação de segurança, deixa sem vida, perde a tensão."

Haneke gosta de fazer "storyboard" do filme inteiro, com "desenhos simples de criança", para que os atores saibam onde se posicionar. Quando termina um longa, nega-se a fazer exibições de teste. "Mostro para minha mulher e pergunto se ficou entediada em alguma passagem. Basta."


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