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Diretor deixa animação e volta a filmar atores reais em "O Voo"

Longa de Robert Zemeckis sobre piloto em crise concorre a dois Oscar

MARIANE MORISAWA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DEE LOS ANGELES

Diretor de clássicos como "De Volta para o Futuro" (1985), "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988) e "Forrest Gump - O Contador de Histórias" (1994), Robert Zemeckis abandonou os filmes com atores de carne e osso -os chamados "live action"- em 2000, ano em que fez "Náufrago", com Tom Hanks.

O diretor tornou-se então pioneiro no uso de CG (computação gráfica) e do sistema "motion caption" nas produções "O Expresso Polar" (2004), "A Lenda de Beowulf" (2007) e "Os Fantasmas de Scrooge" (2009).

A tecnologia permite que os movimentos dos atores sejam gravados e posteriormente aplicados sobre personagens e cenários de animação 3D.

Depois de mais de uma década, volta a filmar pessoas em seu estado natural em "O Voo", indicado aos Oscar de ator (Denzel Washington) e roteiro original (John Gatins).

"Simplesmente amei o roteiro. Toda vez em que você encontra um bom roteiro, tem de fazer", explicou o cineasta, em Los Angeles.

No filme, Washington é Whip Whitaker, que enche a cara de bebida e cocaína (com a função de rebater a ressaca) para logo depois embarcar no avião que vai pilotar.

Uma falha mecânica causa uma pane no aparelho e, após uma manobra radical, o protagonista consegue fazer um pouso de emergência que salva a maior parte dos passageiros. Mas a investigação do acidente ameaça sua carreira. A CG aparece, aqui, nas cenas do acidente.

O drama é balanceado com bastante humor, especialmente por conta do amigo e traficante vivido por John Goodman.

"Não existe motivo para os filmes terem um gênero somente: dá para ter humor em drama, em uma ação, e suspense em uma comédia. É mais divertido", diz o diretor.

O ambíguo Whip, que alterna momentos de herói e de vilão, não reconhece seu vício e é bastante arrogante por causa de seu talento.

"Ele é muito bom em algumas coisas e cheio de falhas em outras. Acho que a maior parte das pessoas se identifica com isso, porque todas são imperfeitas", conta Zemeckis. "Não acredito nos heróis do cinema. O verdadeiro heroísmo está em reconhecer suas próprias limitações."

Para o cineasta, é possível fazer filmes adultos, com personagens nem sempre adoráveis e com alguma nudez e drogas "desde que não se gaste muito dinheiro". Confessa que raramente vê o que está sendo produzido hoje.

"Não acho que os filmes sejam muito bons. Basicamente, assisto a documentários. Há tempos um filme não me inspira realmente. Gosto de rever os antigos: Hitchcock, Frank Capra, John Ford, Francis Ford Coppola, Stanley Kubrick..."

Piloto, o diretor acha que voar é muito seguro, mas brinca quando indagado se mais pessoas não vão ficar com medo de voar.

"Ah, isso vai ser bom! Os aviões estão lotados demais! Quanto menos pessoas houver, mais rápido minhas malas vão chegar."


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