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Livro retrata passagem de García Lorca pelo Rio da Prata

"El Amante Uruguayo" aborda mistério da sepultura do poeta, que pode ter sido enterrado no Uruguai pelo amante Enrique Amorim

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Numa tarde de 1953, um grupo de pescadores, na cidade de Salto, observa a chegada de gente para o que parece ser um funeral. No centro da cena está Enrique Amorim, um escritor que caíra no esquecimento.

O que se fazia ali era prestar homenagens a Federico García Lorca e enterrar o que Amorim dizia ser os restos do autor, que foi seu amante em 1934. A história é o ponto de partida de "El Amante Uruguayo", um livro-reportagem sobre os anos de García Lorca no Rio da Prata, do peruano Santiago Roncagliolo, lançado agora pela Alfaguara nos países de língua hispânica.

O livro é resultado de uma ampla investigação realizada na Argentina, no Uruguai e na Espanha e está baseado no mistério, jamais resolvido, sobre o lugar da sepultura final de García Lorca.

O poeta foi fuzilado por nacionalistas franquistas no começo da Guerra Civil Espanhola. Uma espécie de consenso de historiadores diz que o corpo do escritor estaria em algum lugar na Espanha. Mas, entre as versões, está a de que teria sido trazido à América do Sul por Amorim.

"A verdade sobre onde estão os restos ficou menor diante do personagem, Amorim, por isso o livro ficou centrado nele e na tentativa de recuperar os anos de Lorca na região", diz Roncagliolo à Folha.

O livro tem dois eixos principais. O primeiro é o da fervilhante cena literária local. O segundo é o da relação desses intelectuais com a homossexualidade. A obra recupera ainda encontros e reconstrói biografias de nomes como Borges, Neruda e Picasso.

"No fundo, meu livro conta como uma gangue de boêmios foi arrastada pela história, convertendo-se na vanguarda política da arte de seu século. O peronismo argentino, a Guerra Civil Espanhola e o comunismo francês do pós-guerra são vistos a partir desses intelectuais."

Roncagliolo fez esforços para desenterrar os restos enterrados à beira do rio Uruguai, mas os familiares de Amorim recusaram, assim como o governo da cidade de Salto. "Por isso continuará existindo um mistério sobre quem está enterrado ali, para sempre."

Leia a íntegra do texto em

folha.com/no1231164


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