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"As Sessões" mostra deficiente que busca ajuda para transar

Baseado em história real, filme traz Helen Hunt como terapeuta contratada para tirar virgindade de personagem

Atriz concorre a Oscar pelo papel e diz não ter tido vergonha de ficar nua com o parceiro de set John Hawkes

FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELES

John Hawkes e Helen Hunt mal se conheciam quando concordaram em fazer os protagonistas de "As Sessões", sobre um deficiente físico que procura ajuda de uma profissional para perder a virgindade.

Os dois tampouco conversaram nos bastidores do filme, tudo para tentar guardar para as câmeras o máximo das descobertas da amizade e estranheza das cenas íntimas.

"Atores sempre comentam como se sentem desajeitados em qualquer cena de sexo. Usamos isto a nosso favor", disse Hawkes à Folha.

"Filmamos em ordem cronológica, então o espectador acompanha em tempo real nossas próprias surpresas e emoções. Não precisamos fingir ser um par perfeito."

Hawkes, indicado ao Oscar pelo papel de viciado em metanfetamina em "Inverno da Alma"(2010), vive agora Mark O'Brien (1949-1999), um jornalista e poeta que contraiu pólio quando criança e passou o resto da vida preso a um respirador artificial.

Ao se aproximar dos 40 anos, Mark decidiu perder a virgindade após longas conversas com um padre, em Berkeley, na Califórnia dos anos 1980, uma experiência que ele relata em detalhes num artigo que serviu de base para "As Sessões".

A "sex surrogate" (ou parceira sexual substituta) que o ajuda na missão é a terapeuta Cheryl Cohen-Greene, hoje uma veterana desta peculiar profissão, ainda na ativa e consultora do longa-metragem.

NUDEZ

Hunt interpreta Cheryl sem medo da nudez, um trabalho que lhe valeu sua segunda indicação ao Oscar (ela disputa o prêmio de atriz coadjuvante com Anne Hathaway, Amy Adams, Sally Field e Jacki Weaver).

"Foi incrível ter a chance de encarnar esta mulher, particularmente uma que não está nos seus 20 anos, e celebrar que todos nós temos corpos e todos nós temos o direito divino de sentir prazer", disse Hunt, 49 anos, no Festival de Toronto, em setembro do ano passado.

O'Brien já havia sido tema do documentário "Breathing Lessons" (1996), ganhador do prêmio da Academia.

Foi através desta obra que Hawkes tirou suas ideias para o personagem, alterando bastante sua voz e usando uma bola de borracha no meio das costas para modificar a postura física. Ele passa o filme inteiro deitado, mexendo apenas o rosto.

"Fisicamente foi um trabalho difícil. Não queria usar dublês, e não tínhamos maquiagem ou efeitos especiais", contou Hawkes, 53.

"A bola era do tamanho de uma de futebol, e meu quiroprático disse que meus órgãos estavam começando a mudar de lugar."

O ator conversou com Cheryl e outros amigos de Mark O'Brien para saber mais sobre sua personalidade e humor um tanto cáustico. O diretor Ben Lewin, ele próprio sobrevivente de pólio, também foi bem claro sobre o que queria para o personagem.

"Ben não queria mostrar Mark como um santo e sim como alguém que poderia às vezes ser um baita chato, como qualquer um de nós", disse Hawkes.

"Acho que é um serviço para os deficientes físicos, que às vezes são vistos como menos humanos ou como santos por causa do que passam. Queríamos retratar apenas um ser humano."


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