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Peça relata histórias de guerra em tom onírico

Diretor Nelson Baskerville adapta livro sobre jovens vítimas de conflitos

"As Estrelas Cadentes do Meu Céu São Feitas de Bombas do Inimigo" estreia hoje em SP, no Sesc Consolação

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma névoa de fumaça que transforma tragédias de guerra em histórias de atmosferas oníricas, atraentes por provocarem certo estranhamento.

Essa é a ideia central da encenação de "As Estrelas Cadentes do Meu Céu São Feitas de Bombas do Inimigo", novo trabalho de Nelson Baskerville, criado com a Companhia Provisório-Definitivo e que estreia hoje.

O feito segue a linha de trabalho do diretor, um dos mais aclamados do país. Sua inspiração vem de um pensamento de Tennessee Williams na peça "À Margem da Vida": "Sou o contrário de um mágico. Ele faz a mentira parecer verdade, e eu faço a verdade parecer mentira".

Livre adaptação do livro "Vozes Roubadas - Diários de Guerra", organizado por Zlata Filipovic e Melanie Challenger, o espetáculo utiliza depoimentos de jovens vítimas de guerras que marcaram a história da humanidade.

Um jovem da periferia de São Paulo representa a guerra do tráfico brasileira.

Baskerville quer que o espectador lance um novo olhar sobre a guerra, mais humano e reflexivo, dissociado das imagens que a representam usualmente.

A atmosfera de sonho é construída de forma artesanal. No cenário, caixas e bancos de papelão evocam a provisoriedade da existência das vítimas de guerra.

Uma tela translúcida que cobre a frente do palco dá um aspecto granulado ao espetáculo. Rolos de estofa branca revestem o piso, sugerindo que as cenas se desenvolvem sobre nuvens.

Adultos são representados por bonecos de feições monstruosas. Os atores surgem como aparições sobrenaturais, caracterizados como crianças mortas que voltam à vida para narrar suas experiências de guerra. Iluminam a cena através de lâmpadas LED acopladas a suas testas.

"Qual a diferença entre a Guerra do Golfo e a guerra do menino que mata por causa de um tênis? O espetáculo busca essa reflexão", diz o diretor.


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