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Clássico está fora de catálogo no Brasil

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Quando publicou "Onde Vivem os Monstros", em 1963, Maurice Sendak mudou sua vida e o entendimento sobre a literatura infanto-juvenil.

Ele se recusava a perceber a infância como um universo autônomo, separado do adulto. "A seu ver a existência interior de uma criança era complexa o suficiente para experimentar morte e tristeza",afirma o dramaturgo Tony Kushner.

Para a crítica literária Amy Sonheim, as ilustrações da obra premiada apontaram para a irracionalidade infantil. "Os monstros de narizes bulbosos e panças peludas são um testamento da crença de que as crianças compartilham com os adultos essa cômica condição humana."

O escritor Paul O. Zelinsky lembra que o pioneirismo de Sendak foi criticado. "Quando tratou do lado sombrio da infância, ele apresentou uma percepção surpreendente, até ofensiva, para a época", diz.

Psicólogos como o austríaco-americano Bruno Bettelheim (1903-1990) fizeram severas repreensões à publicação do livro, considerado impróprio para o público jovem.

Sendak carregou sua mágoa pelo ataque de Bettelheim durante décadas.

POPULARIDADE

Apesar da estranheza, "Onde Vivem Os Monstros" teve popularidade crescente. Parte da trilogia formada por "In the Night Kitchen" (1970) e "Outside Over There" (1981), a obra foi adaptada para o cinema por Spike Jonze em 2009.

Mais de 19 milhões de exemplares foram vendidos até o fim dos anos 2000.

Publicado no Brasil pela Cosac Naify há quatro anos, com tradução de Heloisa Jahn, o livro narra a história de Max, um menino arteiro que, após desafiar a mãe, viaja para a terra das criaturas assustadoras do título.

Tudo dá certo no fim. "Sendak não era um trágico", diz o escritor Gregory Maguire. "Após viver momentos penosos, personagens como Max encontram a redenção."

Segundo Sonheim, além de ter desafiado os clichês da literatura infantil, Sendak estabeleceu o reconhecimento do livro ilustrado como uma forma de arte.

"Essa conquista não seria pequena, ainda mais num mercado onde os livros eletrônicos iriam aos poucos substituir os físicos".

Atualmente, "Onde Vivem Os Monstros" está fora de catálogo no Brasil, mas a editora negocia sua reedição.


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