Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Paulo Mendes Campos, segundo amigos

Janio de Freitas, colunista da Folha
É fácil dizer que a vida não foi justa com Paulo Mendes Campos, caso único em comparação com os outros três célebres e celebrados integrantes dos "quatro mineiros". Quem não fez justiça foram os que tinham a obrigação de fazê-lo, na condição de críticos literários, escritores, poetas, ensaístas.
Pouco ou nada expansivo, de voz e riso baixos, nenhum jeito e vontade para exibicionismos, Paulinho podia não seduzir, mas era o mais culto, o melhor estilo, o mais versátil -poeta excelente, tradutor admirável, cronista com frequência à altura do velho Braga.
Não duvido de que o reconhecimento tão insuficiente lhe doesse muito. Mas não se tornou ressentido, no máximo adotou teores alcoólicos, ou juntou-os a outras razões autodestrutivas.

Wilson Figueiredo, jornalista
Ele era um homem discreto, tímido por delicadeza. Não era um tipo exuberante que marca presença -pelo contrário, ele desmarcava presença. Depois que chegou ao Rio, se soltou mais, ficou mais íntimo da vida. Foi quando veio para a crônica.
Ele não tinha outra vocação que não fossem as letras. Não conheci ninguém para quem a literatura fosse uma fatalidade como para ele.
Nos anos 80, quando eu ia para o "Jornal do Brasil", nos encontrávamos para eu pegar os artigos dele. Paulo já tinha os sinais da morte nele.

Thiago de Mello, poeta
Conheci o Paulinho quando eu tinha 23 anos. Quando vi os poemas dele, fiquei maluco. [O poeta] Geir Campos e eu estávamos fazendo na Hipocampo, nossa editora artesanal, uma seleção com 20 livros de autores que a gente amava. Entraram Drummond, Bandeira, Guimarães Rosa. E então editamos "A Palavra Escrita" (1951), o primeiro do Paulinho. Eram 126 cópias. Entregamos a dele no dia em que se casou.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página