Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

NatGeo exibe docudrama sobre assassino de Abraham Lincoln

Produção do irmãos Ridley e Tony Scott estreia neste domingo

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Não é o presidente dos EUA, mas seu assassino, John Wilkes Booth, o foco de "Quem Matou Lincoln", que estreia nesta noite no NatGeo.

O primeiro docudrama roteirizado do canal -a estreia nos EUA deu à rede sua maior audiência-, baseado no best-seller do comentarista conservador Bill O'Reilly, vale para reparar a curiosidade sobre o assassinato do 16º presidente dos EUA. Pouco faz, porém, para dar dimensão a seu protagonista, obscuro no exterior.

Esquemático e profundo como uma cartilha de alfabetização, o filme é costurado pela narração de Tom Hanks (recurso que funciona pouco na tela) e encadeia os momentos anteriores a uma tragédia que ainda permeia a psique americana.

Parte do resultado vem da atuação medíocre de Jesse Johnson, cujo maior crédito é ser filho do também ator Don Johnson. Seu John Wilkes é monocromático demais para um vilão comumente descrito como um grande ator de sua época e, ao mesmo tempo, epítome de um momento histórico nos EUA.

"É irônico Booth passar à história apenas como assassino de Lincoln", diz Paul Tetreault, diretor do Ford's Theatre, em Washington, onde o crime ocorreu e hoje aberto a visitas. "Ele era o Johnny Depp de então, e um grande ator de Shakespeare."

A motivação política de Booth estofa a história -apesar de viver em Maryland (norte), ele era simpatizante dos Estados Confederados, do sul, durante a Guerra Civil americana (1861-65) e não aceitava a legitimidade do presidente nem a abolição.

Só que o roteiro não se preocupa em mostrar de onde essa motivação veio, limitando-se a descrever um fanático. Tampouco se atém aos demais conspiradores (Booth, morto depois de 12 dias de fuga, foi o único bem-sucedido, mas o plano envolvia mais dois assassinatos, e oito conspiradores vieram a ser julgados -quatro, executados).

A produção de Ridley e Tony Scott (morto em 2012) é esmerada, e o Lincoln de Billy Campbell supera de longe seu antagonista, embora ofuscado pelo de Daniel Day-Lewis no filme de Steven Spielberg.

Uma história tão recontada, contudo, precisa de mais.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página