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Festival resgata espetáculo oriental do grupo Lume

"Shi-Zen" foi concebido em parceria com dançarino japonês Tadashi Endo

Homenageada pelo Prêmio Shell-SP, trupe busca "instabilidade" em parcerias com encenadores de fora

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Depois que Luís Otávio Burnier morreu, em fevereiro de 1995, aos 38 anos, o Lume não teve mais diretor fixo.

Radicado em Campinas (SP), o grupo preferiu dar prosseguimento a sua pesquisa por meio de parcerias com encenadores alheios a sua trajetória. E, nesses passeios, uma presença marcante foi a do japonês residente na Alemanha Tadashi Endo, 65.

O encontro, a bem da verdade, virou uma espécie de namoro. Dura até hoje e já deu origem a três montagens, entre elas "Shi-Zen, 7 Cuias", que estreou na Alemanha em 2004 e rodou países de Europa, América Latina e Ásia.

O espetáculo volta a ser apresentado amanhã, no Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, no Memorial da América Latina (veja programação completa em www.memorial.org.br).

É a oportunidade para ver ou rever um dos principais trabalhos de uma companhia que, com 28 anos de atividade, foi contemplada na semana passada por um Prêmio Shell (na categoria especial).

Ao comentar as parcerias que o grupo assumiu (com Grace Passô e Sue Morrison, por exemplo), o ator Jésser de Souza põe em evidência um dos principais traços do Lume: "Estamos sempre procurando alguém que nos puxe o tapete", diz. "Procuramos um lugar de desconforto para atuar", conclui.

Na parceria com Endo, esse deslocamento encontrou pela frente o butô, dança japonesa criada por Tatsumi Hijikata (1928-1986) e por Kazuo Ohno (1906-2010), de quem Endo foi discípulo.

Do butô, "Shi-Zen" mantém a pintura do corpo, em geral com pigmentação branca, o minimalismo coreográfico e a expressão individual.

Há adição, para criar nova identidade, de ingredientes da cultura popular brasileira, em especial nas músicas do espetáculo, que percorrem o frevo e o maracatu.

Para o ano que vem, o grupo planeja estrear uma peça em parceria com duas companhias, uma da Escócia e outra da Austrália. A intenção é fazer uma apresentação simultânea em São Paulo, Glasgow e Sidney.

FESTIVAL

Além de "Shi-Zen", também está entre os destaques do Festival Ibero-Americano de Teatro o espetáculo português "1325", uma criação coletiva da Companhia Peripécia de Teatro.

O trabalho, que será apresentado no domingo, às 19h, toma como base a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que exorta os Estados membros à inclusão das mulheres na construção e manutenção da paz.


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