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Análise

Alimentação deverá trazer alívio nos próximos meses

BRÁULIO BORGES ESPECIAL PARA A FOLHA

Em junho de 2012, a variação acumulada em 12 meses do IPCA foi de 4,9% --o valor mais baixo desde meados de 2010. Não obstante, nos 12 meses findos em março de 2013, essa alta já chegou a 6,6%, superando ligeiramente o teto da meta (de 6,5%).

Chama a atenção a influência do grupo alimentação e bebidas: a alta acumulada em 12 meses passou de 7,3% em junho de 2012 para 13,5% em março --ritmo mais intenso desde meados de 2008. Excluindo tal grupo, o IPCA teria passado de alta de 4,2% em junho para 4,5% agora.

Por trás desse repique estão os reflexos combinados de dois fatores:

1) o choque de oferta adverso observado em 2012 em grandes produtores e exportadores de soja e milho: o PIB agropecuário dos EUA recuou cerca de 2%, o do Brasil, 2,3%, e o da Argentina, mais de 11%.

No Brasil, as adversidades climáticas afetaram as safras de produtos com peso no consumo doméstico: houve recuos de 16% do arroz, 18% do feijão e 4% da mandioca.

2) a depreciação cambial de quase 17% observada em 2012, boa parte dela no segundo semestre, que acentuou a alta dos preços internacionais das commodities agrícolas. Se o R$/US$ seguisse seus fundamentos, teria fechado 2012 na faixa de 1,80 a 1,90 (e não quase em 2,10).

Mas o cenário para os próximos meses deverá ser de descompressão relevante. A perspectiva é de safra recorde no mundo e no Brasil --o PIB agropecuário deverá ter expansão de 6,5% em 2013.

Tal perspectiva, combinada à valorização do R$/US$ para algo entre 1,95 e 2,00, já gerou uma forte queda dos preços agrícolas no atacado, alívio que deverá começar a ser repassado para o varejo neste segundo trimestre.

Nesse quadro, o IPCA deverá fechar 2013 com alta na faixa de 5% a 5,5%.

Mas o BC terá que elevar os juros moderadamente para mitigar o repasse dessas pressões em alimentos para os demais preços e assegurar um IPCA nesse intervalo também em 2014.


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