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BC estende prazo de intervenção para Caoa negociar BVA

Empresário decide oferecer ações do banco para diminuir a resistência de parte dos credores

Fundos de investimento e Prefeitura de Indaiatuba não apoiam proposta de desconto de 65% no valor de dívida

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Mesmo sem acordo com os credores, o Banco Central decidiu ontem estender por mais três meses o prazo de intervenção no Banco BVA, instituição "quebrada" em outubro do ano passado com um rombo estimado em mais de R$ 1 bilhão.

Diferentemente do Banco Cruzeiro do Sul, liquidado pelo BC, o BVA, por ter um comprador potencial, ainda é visto pelo banco como tendo chances de se salvar.

Interessado no BVA, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, conhecido como Caoa e dono da concessionária de veículos que leva seu nome, decidiu oferecer aos credores parte das ações do banco. Dessa forma, caso ele tenha sucesso na recuperação do banco, os antigos credores seriam beneficiados com parte dos ganhos.

CRÍTICAS

Criticada por alguns credores, a proposta inicial era comprar as dívidas com desconto de 65% do valor, com a promessa de receber até mais 35% dependendo do sucesso futuro do BVA. Para manter a proposta de compra do banco, Caoa exige o apoio de 95% dos credores.

A proposta obteve a adesão de cerca de 83% dos credores, mas dificilmente conseguirá avançar até os 95% devido à resistência de alguns fundos de investimento, fundos de pensão e da Prefeitura de Indaiatuba, que aplicou R$ 50 milhões no BVA.

Na semana passada, fracassou uma assembleia de cotistas de um fundo administrado pela gestora Drachma, que poderia levar a adesão à casa dos 90%. Os cotistas tentam articular uma nova assembleia.

Diante do fracasso das negociações, os coordenadores da operação se reuniram na segunda com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para negociar um deságio maior nas dívidas, mas as conversas também não evoluíram.

A liquidação do BVA não interessa ao Fundo Garantidor, que, como os demais 5.000 investidores, teria possibilidade remota de recuperação parte do dinheiro aplicado no banco.

Caoa aplicou no BVA cerca de R$ 500 milhões e pretende focar a instituição em financiamento de veículos.

Para recolocar o banco em funcionamento, Caoa deve desembolsar perto de R$ 1 bilhão comprando a dívida dos credores, além dos R$ 500 milhões que já aplicou.

Deverá ainda aportar cerca de R$ 1 bilhão na instituição. Com essa quantia, poderia começar um banco do zero. A operação só fecha porque o BVA tem uma série de prejuízos acumulados, que geram crédito fiscal que poderá ser abatido no imposto pago pela concessionária.


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