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Análise

Crescimento é destaque, mas empréstimos polêmicos do banco deixam dúvidas

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

De longe com o maior crescimento do setor desde 2007, a Caixa Econômica Federal virou um banco de porte comparável ao do Bradesco no crédito. Nesse período, diversificou sua atuação entrando no crédito ao consumo, microempresas, gestão de recursos e até investimento.

No entanto, a Caixa ainda está distante dos rivais privados em termos de qualidade de atendimento, tecnologia, transparência (é uma empresa fechada, sem ações em Bolsa) e controles internos, sobretudo quando envolve interesses do governo federal, segundo analistas.

O banco fez empréstimos polêmicos para a Petrobras, recebeu uma capitalização por meio de ações (a maioria papéis de forte declínio) e se envolveu em negócios arriscados, como o empréstimo de R$ 350 milhões para o frigorífico Marfrig.

Hoje tenta receber R$ 712 milhões de um investimento no Grupo Rede, que está em recuperação judicial. Com o PanAmericano, comprado antes do escândalo, perdeu R$ 170 milhões em 2012.

O banco, porém, é o mais preparado para competir com os rivais privados na próxima fronteira do crédito brasileiro: financiamento à infraestrutura (tem experiência em saneamento) e à habitação.

Nos anos 80, assuimiu a dianteira do financiamento imobiliário, no qual ainda hoje dá as cartas no segmento (tem 70% do mercado). É o líder na emissão de títulos para financiar a habitação.

Mas o que mais preocupa é o fato de a Caixa, assim como o BB, terem ficado com muito dinheiro disponível para novos empréstimos após o BC abrandar as regras que permitem contabilizar os créditos fiscais nos respectivos patrimônios (Basileia 3).

Isso deve estimular o banco a fazer mais empréstimos, especialmente em áreas em que não tem tradição.

"A Caixa entrou em um mercado de risco --microempresa, crédito pessoal, financiamento ao consumo--, que é o primeiro a se prejudicar quando a economia desacelera", disse João Augusto Salles, analista da Lopes Filho.

"Os números da Caixa estão perfeitos, tem baixa inadimplência, alta rentabilidade, mas há dúvidas de como isso vai se comportar no longo prazo", disse Luiz Troster, economia especializado em bancos.


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