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Análise

Frete mais caro leva consumidor a não sentir no bolso recuo dos alimentos

DA REUTERS

Os elevados custos do frete no Brasil têm sido o principal entrave para o repasse ao varejo da deflação vista desde o início do ano nos produtos agropecuários no atacado, impedindo uma desaceleração mais contundente dos preços ao consumidor.

Na avaliação de analistas, o cenário aponta para um alívio no preço dos alimentos, mas ainda insuficiente para o consumidor final sentir em seu bolso de forma plena.

Isso porque os preços dos fretes foram afetados por variáveis perenes, como a alta no preço do diesel e a nova lei trabalhista da categoria.

"Há um pico no período da colheita e depois ameniza. Mas vamos continuar em nível elevado [de preços de frete]", disse Aedson Pereira, analista de grãos da consultoria agrícola Informa Economics FNP.

Segundo a FNP, para o trecho de Cascavel (PR) a Paranaguá (PR), o frete neste mês está em torno de R$ 75 por tonelada de soja ou milho e chegou a bater em R$ 90 a R$ 100 no pico da safra, em março e abril. Na mesma época de 2012, o valor foi de R$ 55, com pico de R$ 65.

Os principais fatores responsáveis pelo salto destes custos são o aumento no preço do diesel (reajustado duas vezes neste ano) e a mudança da legislação trabalhista dos motoristas.

A Lei do Descanso, que entrou em vigor em 2012, estabelece que os motoristas têm de parar por 30 minutos a cada quatro horas trabalhadas, além de direito a intervalo mínimo de 11 horas ininterruptas a cada 24 horas.

"Isso reduz o tempo que o caminhoneiro pode trabalhar e, portanto, é preciso mais caminhões para manter o mesmo fluxo", disse André Debastiani, sócio-analista da consultoria Agroconsult.

ATACADO E VAREJO

Somente em abril, os preços no atacado dos produtos agropecuários no Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registraram queda de 1,82%. No ano, eles acumulam contração de 6,26%.

Mas apenas em maio os preços dos alimentos no varejo começaram a dar sinais de arrefecimento mais forte, com alta de 0,47% no IPCA-15, ante 1% no mês anterior.

"Os preços no varejo estão se desacelerando, mas em um ritmo muito menor do que se esperava, tendo em vista o que aconteceu no atacado", afirmou Priscila Godoy, economista da Rosenberg & Associados.

Caso 30% da deflação dos preços agropecuários nos quatro primeiros meses do ano tivesse sido repassada aos alimentos no varejo, a inflação ao consumidor poderia estar mais perto de 6%, e não rondando o teto da meta do governo em 12 meses (6,5%).


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