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Consumo, último motor a dar força à economia, agora rateia

Depois de carregar praticamente sozinho o PIB em 2012, consumo das famílias cresce 0,1%

Inflação, alta do endividamento e retirada gradual de incentivos fiscais são apontadas como causa

GUSTAVO PATU DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO MARIANA SALLOWICZ DO RIO

Quando se dava como certo um resultado capaz de mostrar que o pior havia passado, o último motor da economia do país rateou.

Depois de carregar praticamente sozinho o crescimento do Produto Interno Bruto no último ano, o consumo das famílias ficou estagnado no trimestre passado.

Mesmo com desemprego e taxas de juros em níveis historicamente baixos, o volume de compras de janeiro a março foi quase igual ao de outubro a dezembro --o crescimento captado pelo IBGE foi de exato 0,1%.

Trata-se, de longe, da menor taxa em um ano e meio, ou seja, desde que o governo Dilma Rousseff deixou o combate à inflação em segundo plano e editou sucessivos pacotes de alívio tributário e estímulo ao crédito.

A própria inflação, no entanto, agora é a principal suspeita de tirar o apetite dos consumidores, em especial devido à escalada recente dos preços dos alimentos.

Outras hipóteses levantadas são a alta do endividamento e a retirada gradual de incentivos oficiais, como no caso da tributação de móveis e eletrodomésticos.

Qualquer que seja a explicação, os números divulgados ontem mostram que tanto o governo quanto os analistas de mercado subestimaram mais uma vez a letargia na qual mergulhou a economia brasileira.

Com exceção da agropecuária, que responde por apenas cerca de 5% do PIB nacional, os principais setores e transações tiveram desempenho abaixo das expectativas mais consensuais.

Mesmo a esperada recuperação dos investimentos --gastos em obras de infraestrutura e compras de equipamentos-- foi insuficiente para encorajar apostas numa expansão mais consistente daqui para a frente.

Eles somaram 18,4% do PIB, ante 18,7% há um ano, 19,5% há dois e os 25% considerados necessários por governo e especialistas para ampliar a capacidade produtiva e acelerar a economia sem incentivar a inflação.

Setor mais afetado pela crise internacional, a indústria manteve a trajetória de encolhimento iniciada em 2011; os serviços, mais estáveis, mantiveram o crescimento, mas em ritmo modesto.

Já a produção destinada ao mercado externo sente o impacto do desligamento de outro motor do crescimento econômico nos últimos anos: o fim do ciclo de alta dos preços de produtos básicos como ferro e soja.

O cenário global adverso, porém, explica apenas parte da paralisia: com a revisão das projeções para o ano, o crescimento brasileiro deve novamente ser um dos mais fracos entre os emergentes.


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