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BC sobe juros para 8% apesar de PIB fraco
Crescimento de economia do país no trimestre foi de 0,6%, abaixo das expectativas do governo e de analistas
Da manhã para a noite de ontem, dados, movimentos de mercado, declarações e medidas oficiais derrubaram as expectativas para a economia do país e mostraram conflitos nas políticas do governo.
O dia começou com a revelação de que a produção e a renda estão crescendo muito abaixo do esperado; terminou com uma surpreendente decisão do Banco Central de promover uma alta mais agressiva dos juros para conter a inflação.
Entre uma coisa e outra, Guido Mantega (Fazenda) indicou que a recente alta do dólar, embora ruim para os preços, será bem-vinda para reativar exportações --o que trouxe nova escalada da cotação.
A expansão do PIB de janeiro a março foi de 0,55%, correspondente a uma taxa anualizada de 2,2%. Ficou abaixo do 0,64% medido no trimestre anterior.
As contas do BC apontavam para algo como 1%, que seria o melhor resultado deste ano e do governo Dilma. Mas uma inesperada freada do consumo, prejudicado pela alta dos preços, frustrou a projeção.
Mesmo com a debilidade do crescimento, a escolha unânime do Comitê de Política Monetária foi elevar os juros de 7,5% para 8% ao ano, acima do desejado pelo Planalto. "O comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", disse a instituição.
Mas, enquanto o BC tenta esfriar a economia, o resultado do Tesouro Nacional mostrou a permanência da expansão de gastos na tentativa de reanimar o PIB ou, ao menos, manter as boas taxas de emprego