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Análise

Cenário indica que próximos trimestres também serão fracos

ARMANDO CASTELAR ESPECIAL PARA A FOLHA

Na expansão de 0,6% da economia no primeiro trimestre, a boa notícia foi a alta do investimento, para 18,4% do PIB, abaixo dos 18,7% de um ano antes.

Pelo lado da produção, destacou-se a forte expansão da agropecuária, enquanto o resultado da indústria veio pior do que se esperava e o de serviços confirmou a perda de dinamismo do setor.

Uma má notícia foi a contribuição negativa da demanda externa, ainda pior do que se projetava. As exportações caíram 6,4%, refletindo a perda de dinamismo dos emergentes da Ásia e da Europa, mas também a nossa falta de competitividade na produção de manufaturados

As importações, por outro lado, subiram 6,3%. O consumo das famílias também desacelerou, acusando a alta mais modesta da massa salarial real e do crédito.

É provável que o PIB continue crescendo pouco nos próximos trimestres. Dois terços da expansão do PIB vieram da agropecuária, que não deve repetir essa forte alta nos próximos trimestres.

Isso pode ser parcialmente compensado por um melhor resultado na indústria extrativa mineral, mas o saldo líquido será negativo, devido à perspectiva ruim para as exportações.

O investimento também vai desacelerar, limitando a recuperação da indústria de transformação. A construção civil, que teve queda no trimestre passado, deve continuar com um desempenho fraco, como indicam as pesquisas com o segmento.

Da mesma forma, com o crédito ao consumo e a massa salarial subindo menos e a dificuldade das empresas em contratar trabalhadores, os serviços devem crescer menos que nos últimos anos. Não será surpresa se o desempenho do comércio piorar.

A frustração com o resultado do primeiro trimestre irá derrubar as projeções do PIB para algo entre 2,0% e 2,5%. É mais do que o do ano passado, mas bem menos do que se esperava há poucos meses, quando alguns analistas previam alta de até 4%.

A perspectiva de mais um "pibinho" deve pesar nas decisões do Banco Central, mas não a ponto de interromper o atual ciclo de aperto monetário. Como mostra a combinação de alta inflação e baixa expansão econômica no primeiro trimestre, a exemplo do que ocorreu em 2012, nosso potencial de crescimento deve ter caído bastante.


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