Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Aumentam desafios internos e externos da citricultura

Safras elevadas, avanço de doenças nos pomares, concentração da produção e perda de renda estão tirando parte dos citricultores do setor. Só nas últimas duas safras, 2.225 propriedades agrícolas erradicaram os pomares.

As novas áreas estão indo para a cana e significam menor renda e menos trabalhadores no campo e na cidade.

Os pequenos e médios produtores são os mais afetados por essa crise, segundo Margarete Boteon, do Cepea.

Enquanto os maiores produtores conseguiram R$ 11 por caixa na safra 2012/13, os independentes, e que renovam os contratos todo ano, receberam apenas R$ 6,40.

O setor tem grandes desafios pela frente, diz Margarete. Entre eles, melhorar o sistema de remuneração, via Consecitrus; ter maior fiscalização e controle fitossanitário dos pomares; buscar a união dos citricultores e promover o fortalecimento das pequenas processadoras, incentivando o consumo.

A crise não é só brasileira. A Flórida, segunda maior região produtora mundial, também vive sob o efeito de custos elevados da terra e avanço do greening, aponta relatório do Rabobank.

Já há indicações de uma queda da safra para apenas 106 milhões de caixas a médio prazo. Em 2011/12, foram 147 milhões.

Andres Padilla, analista do departamento de pesquisa e análise setorial, com foco em bebidas e laticínios, diz que isso pode ser uma oportunidade para os brasileiros.

Mas, além dos desafios internos, o setor terá de vencer outros externos, segundo ele. Há uma mudança de perfil no consumo na Europa, onde os consumidores buscam produtos mais baratos e com menos açúcar.

Isso também ocorre nos Estados Unidos, onde há uma preferência por água mineral, chás e energéticos.

Nos países emergentes, o aumento acelerado de consumo ainda é uma promessa. A China, um mercado com grande potencial, eleva a produção própria.

Apesar de tudo isso, Padilla acredita em alta nos preços do suco. A produção cairá e os estoques, elevados atualmente, têm vida máxima de dois anos.

Safra recorde impulsiona PIB agrícola no trimestre

O Produto Interno Bruto do setor agropecuário, com ajuste sazonal, cresceu 17,3% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período do ano anterior.

Nos últimos quatro trimestres, o acumulado do PIB do setor é de 3,9%, acima do 1,2% da evolução global.

A agropecuária foi um dos setores a impulsionar o PIB do país, mas essa forte evolução ocorre após uma queda de 8,7% no primeiro trimestre do ano passado, comparado com o primeiro de 2011.

No ano passado, houve uma forte quebra de safra, principalmente na de soja.

Neste ano, a situação é inversa, e o país obtém a maior safra de grãos da história. Essa produção está sendo impulsionada pelos recordes de milho e de soja.

Mais armazéns O Plano Safra, que será divulgado na próxima semana pela presidente Dilma Rousseff, vai aumentar o volume de recursos para a armazenagem de grãos. Luiz Barbieri, da Louis Dreyfus Commodities, diz que isso não resolverá o problema do setor.

Mais portos Se a tendência é a produção aumentar cada vez mais no país, a necessidade de ampliar a logística continuará. Em algum momento esse volume adicional terá de deixar o país, afirma Barbieri.

Alimentos voltam a subir no acumulado de 12 meses

O preço dos alimentos no atacado continua em queda, aponta o IGP-M (Índice de Preços Geral do Mercado), da FGV. Com a queda mensal de 1,98% neste mês, a taxa acumulada em 12 meses é de 7,20%. No início do ano, a alta era de 16,02%.

Apesar dessa queda, a taxa acumulada do IGP-M deste mês supera a do IGP-10. Com pesquisa terminada no dia 10 deste mês, O IGP-10 havia registrado alta acumulada de 7,06% em 12 meses.

Entre as altas registradas pelo IGP-M estão as de soja em grãos (mais 3%) e do feijão (5,2%). Já a pressão de baixa na inflação veio de ave, milho, tomate e laranja.

O tomate devolve parte das altas dos primeiros meses do ano, acumulando queda de de 19% neste mês.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página