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Compra de petróleo é o que mais pesa em deficit de US$ 5,4 bilhões

Saldo é o pior para o período até maio e é inflado por mudança no registro de importação da Petrobras

Secretária diz que ainda é difícil estimar qual será o impacto da desvalorização do real no comércio exterior

MARIANA SCHREIBER DE BRASÍLIA

O comércio exterior brasileiro melhorou em maio, com o maior superavit no ano (US$ 760 milhões), mas o deficit acumulado no ano permanece recorde: US$ 5,4 bilhões. É o pior resultado desde 1993, quando começa a atual série oficial.

A principal razão do saldo negativo de janeiro a maio é o rombo de US$ 11 bilhões nas transações de petróleo e derivados do Brasil com outros países, bem maior que o deficit de US$ 1,9 bilhão registrado nos primeiros cinco meses do ano passado.

Por trás dessa forte alta, há razões econômicas e estatísticas. O saldo negativo deste ano está inflado por US$ 4,6 bilhões de importações de petróleo e derivados do segundo semestre de 2012 que só foram contabilizados em 2013.

Desses US$ 4,6 bilhões, US$ 1,1 bilhão foi registrado no mês passado.

Essa defasagem no registro ocorreu por causa de uma mudança na forma como a Petrobras informa essas importações à Receita Federal.

Sem esse efeito, o deficit da balança deste ano estaria em cerca de US$ 800 milhões.

Ainda assim, seria o primeiro resultado negativo registrado de janeiro a maio desde 2001 e o pior desde 1998 (deficit de US$ 2 bilhões).

A mudança no registro de importações da Petrobras prejudica o resultado comercial deste ano, mas ajudou a inflar os dados de 2012.

Como as compras não foram contabilizadas, isso acabou contribuindo para a balança fechar 2012 com um saldo positivo de US$ 19,4 bilhões --mesmo assim, foi o pior desde 2002.

Além do efeito estatístico, o rombo deste ano na conta de petróleo reflete também a forte expansão do consumo de combustíveis no país.

Segundo a secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Lacerda Prazeres, isso elevou as importações e aumentou a parcela da produção nacional destinada ao mercado interno.

MERCADO EXTERNO

Outro ponto que pesou para o deficit recorde é a perda de competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Nos EUA (tradicional destino de itens manufaturados), a fatia do país caiu cerca de um terço, para 1,1% de tudo que os americanos importaram de janeiro a março.

Para a Argentina, a fatia brasileira nas importações vizinhas caiu de 28,4% do total para 26,1% nos quatro primeiros meses deste ano.

Retirando petróleo e derivados dos cálculos, a balança tem um resultado positivo no ano de US$ 5,636 bilhões.

O principal destaque de maio foram as exportações de US$ 4,2 bilhões em soja em grão: o maior embarque mensal do produto na história.

Tatiana Prazeres destacou ainda a recuperação das exportações de minério de ferro e das vendas para a Argentina, que crescem 17% no ano, puxadas pelo setor automotivo.

A secretária disse que ainda é difícil estimar qual será o impacto da desvalorização recente do real sobre o comércio exterior, pois isso costuma ter alguma defasagem.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a alta do dólar seria positiva para as exportações brasileiras.


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